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domingo, 29 de dezembro de 2013

O FINAL DA KOMBI

Após 56 anos, Kombi sai de linha
Modelo se despediu da fábrica da Anchieta no último dia 19.
Incompatibilidade com ABS e airbag impediu continuidade do utilitário.

A Volkswagen produziu no último dia 19 aquela que deve ser a última Kombi do mundo, confirmou na quinta-feira (26) a marca alemã. O utilitário chegou ao Brasil primeiro como importado, em 1950, e em 1953 passou a ser montado localmente. A primeira Kombi saiu da linha de produção da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) em 2 de setembro de 1957.

A "morte" da Kombi – por conta da lei que obriga todo carro nacional a sair de fábrica com ABS e airbag – foi anunciada em agosto, mas seu fim foi conturbado. Vinte dias antes da lei entrar em vigor, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a obrigatoriedade poderia ser adiada. Ele voltou atrás uma semana depois, mas disse que a Kombi poderia ser uma "exceção". O Contran declinou dessa intenção do governo, e uma reunião marcada entre Mantega e representantes do da indústria automotiva acabou não acontecendo.

Com tudo isso, as duas últimas semanas não foram fáceis para a Kombi. Desde a declaração de Mantega, a “Velha Senhora” foi a mais crucificada entre os que dão adeus por conta da nova legislação – além dela, o Fiat Mille também deixa de ser fabricado por conta da incapacidade de ter tais equipamentos de segurança, se despedindo com a série especial Grazie Mille.

A falta de proteção da Kombi aos ocupantes foi mais destacada do que suas qualidades, como baixo custo de manutenção, robustez mecânica e capacidade de carga. Seus 56 anos de produção a serviço de consumidores que usaram a Kombi para namorar, ganhar a vida, viajar, colecionar histórias e até morar foram convertidos de mérito – um carro não ficaria tanto tempo em produção se não tivesse qualidades e compradores – para exemplo de como a indústria nacional é supostamente atrasada.

E o que seria uma despedida digna – com direito a encontro de colecionadores, visita de jornalistas estrangeiros à sua linha de montagem e até edição especial – se tornou um adeus conturbado e barulhento. 

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