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sexta-feira, 20 de junho de 2014

EMPRESA DO PARANÁ LIGADA AO TC/PR ENVOLVIDA EM FRAUDE NA COPA

Vencedora de licitação suspeita toca obras públicas milionárias
Empresa envolvida em suposta fraude na concorrência do anexo do TC tem ou teve contratos da Copa, da prefeitura de Curitiba, do governo do Paraná e da União. Coordenador do TC que está detido participou da comissão de fiscalização do Mundial

Vencedora da licitação sob suspeita de fraude para a construção de um anexo ao prédio do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba, a empresa Sial Engenharia e Construção mantém – e manteve – diversos outros contratos com o poder público no Paraná e em todo o país. Os contratos milionários envolvem obras da Copa do Mundo, reformas de prédios e construções de hospitais e penitenciárias.

Edenilso Rossi
Proprietário da construtora, o empresário Edenilso Rossi foi preso na sede da empresa, na última quarta-feira, quando entregava R$ 200 mil ao coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, que participa da Câmara Temática da Transparência da Copa do Mundo como representante do tribunal. O dinheiro seria o pagamento de propina para que Costa fraudasse, em favor da Sial, a licitação da obra de construção do novo anexo no TC, orçada em R$ 36,4 milhões.

Além do contrato com o TC, a empreiteira é responsável por duas das principais obras da Copa em Curitiba. Uma delas, a revitalização da Rodoferroviária, foi inaugurada há cerca de duas semanas a um custo de R$ 46 milhões. Já nas obras – ainda em andamento – de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, a Sial atua em um consórcio com mais duas empresas. Os serviços no terminal aeroportuário estão calculados em R$ 246,7 milhões.

Vários governos

De 2004 até agora, a Sial recebeu R$ 28 milhões da União por serviços que incluí­ram a construção da sede regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Bra­sília e de delegacias da Po­lícia Federal em Foz do Iguaçu e em Dourados (MS). Já o governo do Paraná, desde 2007, pagou à empreiteira R$ 25 milhões pela construção de hospitais, quadras esportivas e penitenciárias. Em 2004, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) repassou R$ 1,6 milhão à empresa para ampliação de fóruns pelo estado.

No site da construtora, a Sial destaca que também está trabalhando em duas obras para a prefeitura de Curitiba, no Clu­be da Gente do Tatuquara e na Rua da Cidadania do Ca­ju­ru, e também em uma Uni­dade de Pronto Aten­dimento de São José dos Pi­nhais. A Sial ressalta ainda que já concluiu a construção do Hospital do Idoso Zilda Arns, em Curitiba, do Hospital Mu­nicipal de Araucária e do Hos­pital Re­gio­nal do Litoral, em Para­na­guá; a reforma e ampliação do Museu de Arte do Pa­raná, também na capital; e obras no aeroporto de Joinville.

Doações eleitorais

Além disso, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Sial doou R$ 358 mil para campanhas eleitorais no Paraná desde a eleição de 2004.

No total, seis pessoas estão presas acusadas de participar da fraude na concorrência pública de R$ 36,4 milhões para a construção de um novo anexo do Tribunal de Contas do Paraná (TC), no Centro Cívico, em Curitiba. Além do coordenador-geral do TC, Luiz Bernardo Dias Costa, e do empresário Edenilso Rossi, proprietário da construtora Sial Engenharia e Construção, também foram presos um filho de Rossi, um funcionário do departamento financeiro da Sial, o ex-deputado estadual e ex-funcionário do TC David Cheriegate, e uma pessoa que teria vínculo com Cheriegate.

O Gaeco, órgão vinculado ao Ministério Público do Paraná que efetuou as prisões, diz que não pode fornecer informações porque o caso está sob sigilo de Justiça. Porém, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que não há outros mandatos de prisão a serem executados.

O Gaeco investiga a suposta fraude na licitação, que teria ocorrido para beneficiar a construtora Sial. As investigações eram feitas há três meses. Costa foi preso em flagrante após receber R$ 200 mil em maços de dinheiro. O empresário Edenilso Rossi teria sido quem repassou o dinheiro a Costa.

Além das prisões, policiais e promotores do Gaeco estiveram no prédio do Tribunal de Contas, onde cumpriram mandados de busca e apreensão. Foram recolhidos documentos da coordenadoria-geral – setor onde Costa estava lotado – e do departamento de licitações do TC.

Outro lado

Desde que as prisões foram feitas, a reportagem tem tentado localizar os advogados de defesa de todos os envolvidos, além de representantes da construtora Sial. Somente o advogado de Costa, Roberto Brzezinski, atendeu. Ontem, Brzezinski disse que ainda está se inteirando da situação para se manifestar.


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