A Fifa anuncia hoje no Rio de Janeiro a tabela da Copa das Confederações com seis sedes. Mas duas podem ser cortadas até o final do ano dependendo do andamento das obras dos seus estádios.
Jérôme Valcke |
Assim, há duas tabelas alternativas desenhadas, mas que não serão divulgadas.
É um retrato da Copa-2014.
Oficialmente, há acordo entre governo federal e Fifa, e os preparativos estão nos trilhos. Nos bastidores, há muitas pendências a resolver.
É por isso que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, principal encarregado da organização do Mundial, volta pela primeira vez ao Brasil após dizer que o país deveria levar "um chute no traseiro". Anuncia a tabela na primeira de uma série de visitas frequentes que fará ao país.
Desta vez, estará na defensiva. Desde o caso "traseiro", tornou-se receoso em relação aos temas do Mundial e cauteloso nas falas. Interlocutores admitem que ele sentiu a chuva de ataques no país.
Incomoda ao francês a fama de "homem mau" da Copa. "Não é legal ser chamado assim", disse, ainda em 2011.
Valcke faz o papel de vilão para tentar solucionar atrasos no Mundial. A posição destoa dos discursos do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que prega estarem todas as obras no cronograma.
Os fatos estão ao lado do francês. Relatório da Fifa aponta atrasos nos estádios --só um está previsto para 2012, que era o prazo inicial.
Outra preocupação são os aeroportos. A melhoria deles é essencial para um Mundial em que o transporte aéreo é a base da movimentação do público. Os times jogam em cidades distantes e faltam hotéis nas sedes menores.
Por isso, a Fifa pediu prioridade a projetos-chaves da Copa. Mas o governo ainda não recebeu essa demanda da entidade e toca todas as obras de forma igual.
Outra questão ainda não resolvida é a Lei Geral da Copa. Sua aprovação no Senado há 20 dias ainda não encerrou a discussão.
Em silêncio, a Fifa ainda analisa o teor da lei. Há uma preocupação em dirimir todas as dúvidas possíveis por conta da tradução do texto.
Mas é fato que a entidade entende que não foi atendido o que combinou com governo e com parlamentares.
À procura de soluções, intensificou-se a relação entre governo, Fifa e COL (Comitê Organizador Local) no último mês. Luis Fernandes, interventor do ministério, já tem ido a reuniões do comitê.
O que não está previsto e nem deve acontecer é encontro em separado hoje entre Valcke e Aldo Rebelo após a divulgação da tabela. O ministro tem outras agendas.
O documento será igual ao revelado pela Folha, com a inclusão de Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Desses, só a capital cearense está dentro do cronograma.
Por isso, Valcke terá de vir a cada seis semanas ao país.
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