Fiergs diz que aumento é maior que crescimento da produção industrial.
Proposta de 10% de reajuste foi enviada pelo governo à Assembleia.
Enviada pelo Palácio Piratini para aprovação na Assembleia Legislativa, a proposta de 10% de reajuste do salário mínimo regional desagradou ao empresariado gaúcho.
O projeto foi enviado pelo governo gaúcho na quarta-feira (14) à Assembleia e ainda não foi avaliado pelos parlamentares, mas já repercute entre alguns setores do empresariado, que calculam custos mais altos.
Caso a proposta de reajuste do salário mínimo regional seja aprovada, ele entra em vigor em fevereiro do ano que vem. São quatro faixas salariais, que vão variar de R$ 770 a R$ 837. O valor é menor do que o solicitado pelas centrais sindicais, que pediam índice de 13%.
O argumento do governo para conceder a correção é que as empresas vêm recebendo incentivos fiscais e tributários. Mas o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) diz que o aumento é maior que o crescimento da produção industrial. “O problema é o índice. Todas as negociações futuras vão ficar contaminadas porque os sindicatos vão iniciar já com esse número que os estado está sinalizando”, afirma o presidente da Fiergs, Heitor Müller.
A associação que representa o setor da gastronomia no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, por exemplo, defende a redução de impostos como compensação para o aumento dos custos. “Temos exemplos dos estados de Pernambuco e da Bahia, que incentivaram o setor de bares e restaurantes baixando alíquotas para 2%. E o Rio Grande do Sul, porque não promove esse incentivo?”, questiona o tesoureiro Eguer Viana Gonçalves.
O aumento também terá reflexos na economia doméstica. Em Pelotas, no sul do estado, a depiladora Roselaine Silveira pensa em reduzir a carga horária da empregada pra não ter que mandá-la embora. “Para quem recebe, eu sei que não é muito. Mas para quem paga sempre tem que tirar de lugar para suprir este aumento”, afirma ela.
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