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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

REBELIÃO NA CASE em Pelotas

Case vive três horas de tensão em Pelotas
38 internos realizaram uma rebelião após apreensão de drogas na instituição

Por: Carolina Marasco
Informações do Diário Popular

Pelas frestas das grades de uma janela do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Pelotas um dos internos, com um pedaço de madeira, gritava: “Ei, eu já sou sujeito homem, a casa caiu”. A frase serviu para ilustrar a cena de tensão da noite de quarta-feira (4). Com uma cortina de fumaça dos colchões queimados, os adolescentes começavam uma rebelião que duraria cerca de três horas.

Jô Folha - DP
Segundo o diretor da Case, Tiago Fernandes, a revolta dos jovens foi motivada pela realização de uma revista interna durante a tarde. Foram apreendidos alguns objetos como canetas, pedaços de ferro, além de uma pequena quantidade de maconha e crack com um jovem de 17 anos.

O boletim de ocorrência do recolhimento da droga foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) por um dos funcionários da instituição. Após a apreensão, um outro interno pediu para ir ao banheiro e com o descuido de um monitor, pegou a chave das celas. Dos 46 adolescentes divididos em duas alas, apenas seis não participaram da rebelião. Eles estavam na área de isolamento cumprindo medida disciplinar.

Para tentar controlar o motim, o Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar (BM) foi acionado. A equipe realizava o policiamento do jogo entre Pelotas e Lajeadense, na Boca do Lobo. A cavalaria da BM também auxiliou a ação policial. Dois caminhões do Corpo de Bombeiros precisaram ser chamados para controlar o fogo colocado nos colchões.

Ao chegar no Case, o grupo comandado pelo major Albuquerque, da BM, cercou o prédio. Os jovens começaram a gritar pelas janelas e até conseguiram se comunicar com familiares presentes no local. Muitos daqueles que ficaram observando da parte de fora buscavam informações dos filhos, irmãos, netos ou amigos. “Não tem como não vir, preciso saber se ele está bem”, disse a mãe de um dos jovens internados.


Ação policial
Somente após a autorização da Justiça, os policiais entraram no Case por volta das 21h30min. O juiz da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Pelotas, Alan Tadeu Soares Delabary Júnior, foi ao local para tentar uma conciliação com os jovens. “Como não consegui o diálogo com eles, decidi pela entrada da polícia”, disse. Ele ainda afirma que acompanhou todo o processo de invasão do local.

Pelo menos cinco bombas de efeito moral foram detonadas pela Brigada. Mesmo com alguns policiais já dentro do prédio, as palavras de ordem dos internos ainda podiam ser escutadas. O efetivo também utilizou balas de borracha e cães farejadores durante a operação.

Com a situação controlada por volta das 22h30min, a BM colocou todos os internos no auditório para uma revista pessoal. Neste momento, ao invés das falas de uma juventude encarcerada, o que se ouvia eram o barulho e os latidos dos cachorros.

Atendimento médico
Duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atenderam os feridos. De acordo com a BM, depois da operação, um dos internos teve um ataque epiléptico. Ele foi levado para o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). Segundo dados preliminares, ele teria tido uma parada cardíaca. Até o fechamento desta havia sido informado pelo hospital.

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