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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

PSTU entrega carta a Tarso e pede resposta sobre suposta perseguição política

Polêmica foi gerada após investigação da Polícia Civil sobre militantes do partido

O governador Tarso Genro e o chefe da Casa Civil Carlos Pestana receberam líderes do PSTU no final da manhã desta quarta-feira no Palácio Piratini. Na ocasião, os membros do partido entregaram ao governo uma carta com as próprias impressões sobre a investigação policial que culminou no cumprimento de mandados de busca e apreensão na casa de militantes.
Polêmica foi gerada após investigação da Polícia Civil sobre militantes do partido - Crédito: Caco Argemi / Palácio Piratini / CP
A sigla, agora, aguarda uma resposta. “O governo Tarso disse que é contra porque ele inclusive foi vítima da ditadura”, salientou a presidente da legenda, Vera Guasso. “Nós pedimos o imediato posicionamento do governo, que sejam retirados os inquéritos e que o governo recue. Nós queremos urgência . O governador diz que o processo corre na justiça, mas que não investigou, que não leu o processo. Achamos difícil isso, que o governo não saiba de um processo que não iniciou ontem.”

O secretário Carlos Pestana disse que o governo vai avaliar a situação e dar uma resposta, mas informou que é contra qualquer criminalização de movimentos sociais e negou perseguição política. “O governador foi claro, somos contra a criminalização dos movimentos. Nós nos comprometemos a apurar, a aprofundar os estudos para ver se houve algum procedimento que tenha efetivamente algum caráter de perseguição política”.

PSol pede saída de Michels

Mais cedo, líderes do PSol pediram o arquivamento imediato do inquérito contra o militante do partido Lucas Maróstica e a saída do secretário da Segurança Pública do Estado, Airton Michels. O ativista foi um dos integrantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público que teve a casa vasculhada pela Polícia Civil e é acusado de formação de quadrilha pelos movimentos de rua.

"Se ele sabia ou não do teor dessa ação, o secretário não pode permanecer no cargo”, disse o presidente estadual da sigla e vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas. “Ele não cometeu nenhum crime e nem esteve envolvido nas ações de depredação. A criminalização dele é a criminalização do partido”, disse Ruas, acompanhado ainda pela vereadora Fernanda Melchionna.

De acordo com o dirigente do PSol, Roberto Robaina, não foram apresentadas provas contra o jovem e nem dado o acesso ao inquérito. “A depredação não é a nossa pauta. Nossos problemas são contra a condução do governo”, disse. A advogada do militante, Luciana Genro, que é ex-deputada e filha do governador Tarso Genro, também criticou a falta de acesso ao teor do inquérito. “Após a informação da ação de busca e apreensão à casa de Lucas na terça-feira), fui à delegacia para ter acesso ao conteúdo do inquérito, assim como as provas. Lá permaneci o dia inteiro e não fui recebida”, afirmou.

A corporação cumpriu mandados de busca e apreensão nessa terça-feira, sob a alegação de formação de quadrilha nos protestos dos últimos meses. Em função da polêmica gerada, o chefe da Polícia Civil gaúcha, delegado Ranolfo Vieira Júnior, garantiu em entrevista à Rádio Guaíba nesta quarta-feira que a ação não teve caráter político. “A Polícia Civil é de estado, não de governo, ou de agremiações partidárias”, destacou.

Com informações dos repórteres Mauren Xavier e Gabriel Jacobsen

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