André Vargas adia renúncia ao mandato parlamentar
Petista diz que está "reestudando" a entrega do cargo eletivo porque Conselho de Ética manterá processo de investigação sobre vínculo com doleiro preso
Depois anunciar para esta terça-feira sua renúncia ao mandato na Câmara para minimizar o desgaste sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, o deputado André Vargas (PT-PR) mudou o discurso e agora diz que há um “impasse” e que está “reestudando” o afastamento. Ao site de VEJA, o petista exaltou a preocupação com o fato de que vai continuar respondendo a processo disciplinar, mesmo após o desligamento da Casa.
“A Câmara é que está dizendo que não posso renunciar. Estou impedido”, afirmou Vargas, por mensagem de texto enviada à reportagem. Em verdade, Vargas não está impedido de renunciar, mas a atitude seria inócua em afastá-lo das investigações.
A alegação se dá pelo fato de que, estando ou não no mandato, o Conselho de Ética dará continuidade ao processo aberto contra Vargas na semana passada. Dessa forma, seu nome se manteria nos holofotes até o fim da ação, que tem prazo de até noventa dias para ser concluída pelo colegiado – ou seja, pode terminar apenas em julho.
Também por mensagem, o deputado petista enviou o trecho de mudança feita à Constituição que determina que a “renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais”. A assessoria do parlamentar também se manifestou: “A renúncia ao mandato será inócua, pois não surtirá qualquer efeito. Em face disso, o deputado está reestudando a hipótese da renúncia”.