Filme narra vida do atleta que marcou a história do futebol brasileiro
Rodrigo Santoro encarna o jogador de futebol Heleno de FreitasCrédito: Downtown Filmes / Divulgação / CP |
Rodrigo Santoro, ao apresentar o novo filme "Heleno" no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá, no final de 2011, mostrou entender do que estava falando. Ao lado do diretor José Henrique Fonseca, explicou algo do que se mostra na tela em relação ao mito do futebol brasileiro dos anos 1940, Heleno de Freitas. Com a sedutora fotografia do diretor Walter Carvalho, o filme narra parte da vida do jogador-galã, que marcou a história do futebol, amou o Botafogo, jogou no Boca Juniors e impactou o Rio de Janeiro e o Brasil dos anos 40. A temática é sempre atual: futebol, vivências pessoais de jogador, intensidade no campo e na vida. O projeto foi "abraçado" pelo empresário Eike Batista e pode avançar financeiramente como realização cinematográfica. "Não é um filme sobre futebol, é sobre a vida de um cara", comentou o diretor em conversa com o CP, em Toronto.
Quem foi Heleno de Freitas?
Heleno de Freitas |
Dono de um gênio intempestivo, que muitas vezes o fazia ser expulso de campo e lhe trazia muitos inimigos, Heleno de Freitas, apelidado de "Gilda" por seus amigos do Clube dos Cafajestes e pela torcida do Fluminense, por seu temperamento e por este ser o nome de uma personagem da atriz estadunidense Rita Hayworth em filme de mesmo nome, foi o símbolo de um Botafogo guerreiro, que nunca se dava por vencido.
Descoberto por Neném Prancha no time do Botafogo de praia, Heleno chegou ao time principal do Botafogo em 1937, com a responsabilidade de substituir o ídolo Carvalho Leite (goleador do tetracampeonato estadual, de 1932 a 35) e não decepcionou a torcida, com grande habilidade e excelente cabeceio.
Dono de uma postura elegante dentro e fora de campo, o jogador de cerca de 1,82 metros foi o maior ídolo alvinegro antes de Garrincha, mesmo sem nunca ter sido campeão pelo clube. Marcou sua passagem pelo Glorioso com 209 gols em 235 partidas, tornando-se o quarto maior artilheiro da história do clube. Deixou General Severiano em 1948, quando foi vendido ao Boca Juniors, da Argentina, na maior transação do futebol brasileiro até então.
Ainda atuou pelo Vasco da Gama, onde conquistou seu único título por um clube, o de campeão carioca de 1949 com o memorável Expresso da Vitória, pelo Atlético Junior de Barranquilla (da Liga Pirata da Colômbia), pelo Santos e pelo América, onde encerrou a carreira, porém tendo jogado apenas uma partida pelo clube de Campos Sales, sua única no estádio do Maracanã, sendo expulso aos 35 minutos do primeiro tempo, após acertar um carrinho violento em um zagueiro adversário. Ainda tentou, depois, voltar aos campos pelo Flamengo por indicação de Kanela, mas se desentendeu com os jogadores do rubro-negro num jogo-teste e não foi aceito.
Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira de Futebol marcando quinze gols, tendo sido artilheiro do Campeonato Sul-Americano de Futebol de 1945 - atual Copa América - com 6 gols.
Heleno, o craque, o artista da bola, o mito do futebol, o artista das multidões, o craque galã, o diamante branco, a elegância do futebol, são adjetivos, que perfeitamente se enquadram a figura ímpar de um gênio Chamado Heleno e alguns desses fazem parte do somatório de homenagens, que ao decorrer dos anos serviram também como meio de imortalizar o grande ídolo. Foi com a bola nos pés, levando a torcida ao delírio que Heleno deixou a marca de sua genialidade, se tornando uma das mais ricas histórias do futebol brasileiro.Seu futebol encantou o mundo e lhe rendeu fantásticas expressões e frases de grande efeito, como a que se encontra na estátua em sua homenagem em Barranquilla na Colômbia "EL JOGADOR".
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