Eduardo e Paula projetam futuro governo
Por: Anna Fernandes
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“Quando eu comecei a trabalhar na prefeitura toda a vez que eu chegava perto do prefeito, no caso o Bernardo, era um acontecimento para mim. Eu ficava tenso. Com o tempo esse contato vai se tornando normal. Agora eu serei o prefeito. O prefeito é mais um, claro que com uma responsabilidade enorme. Mas mais um cidadão”, respondeu o futuro chefe do Executivo Eduardo Leite (PSDB) ao ser questionado se já tinha “caído a ficha” sobre a vitória de domingo. “Não caiu a ficha que eu não posso mais botar uma batata no meu prato sem ser fotografado”, brincou enquanto se servia de um à la minuta no Café Aquários.
O prefeito eleito disse que sabe da responsabilidade que o aguarda a partir de 1º de janeiro. “Sei bem as dificuldades e as oportunidades que me aguardam porque estive na prefeitura como chefe de gabinete”, destacou. A vice eleita Paula Mascarenhas (PPS) disse ter sempre acreditado na viabilidade do projeto proposto para Pelotas. Portanto, existia expectativa de vitória. “Ainda tem muita coisa para acontecer antes de assumirmos a prefeitura. A liturgia do cargo talvez ainda não tenho sido assimilada. Talvez quando iniciar a transição de governo”, projetou a popular socialista.
Se durante a campanha Paula não projetava o futuro na política, pelos próximos quatro está traçado. “Por quatro anos vou ser vice. Estar ao lado do Eduardo e honrar cada pelotense, ajudar a liderar um projeto que envolva a população. Ao fim desse período que vou analisar a situação.” De imediato, Paula pretende concluir e defender a tese de doutorado. A licença da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) estava prevista para encerrar em março. Agora irá se estender até 2016. Já Eduardo permanecerá licenciado da Câmara de Vereadores por mais alguns dias.
Transição
O dia iniciou cedo para o tucano. Entre entrevistas para emissoras de rádio e televisão, Eduardo também recebeu telefonemas do vice-governador Beto Grill (PSB), que se colocou à disposição do futuro prefeito, da senadora Ana Amélia Lemos (PP) e do prefeito reeleito de Porto Alegre José Fortunati (PDT). O senador Aécio Neves (PSDB) ligou para Eduardo ainda na noite de domingo e os dois devem realizar uma viagem para Minas Gerais nas próximas semanas para debater os processos de gestão do governo mineiro que podem ser aproveitados no Executivo pelotense. Nos próximos dias, Eduardo pretende procurar o prefeito eleito de Rio Grande Alexandre Lindenmeyer para debater como as cidades poderão interagir. “É indispensável conversar com o prefeito de Rio Grande. As cidades precisam de políticas articuladas.” Nos planos do tucano também está entrar em contato com o governador Tarso Genro (PT).
Eduardo ainda não agendou reunião com o prefeito Fetter Júnior (PP) para tratar da transição de governo, o que pode ocorrer ainda nesta terça-feira (30). O tucano não adiantou muito sobre a futura estrutura administrativa da prefeitura, no entanto, sabe-se que será criada a Secretaria de Justiça Social e Segurança, apresentada no plano de governo da coligação Pelotas de Cara Nova (PSDB/PPS/PR/PSC/PP/PTB/PDT/PRB/PSD).
Ao falar sobre a expectativa de relacionamento com a oposição na Câmara de Vereadores, Eduardo deu uma pista de como deverá se desenhar o governo: “Acredito que as manifestações da oposição ainda são muito na dor da perda. Tenho a expectativa de uma relação cordial e respeitosa. Na linha de diálogo. Queremos ter um bom relacionamento com a Câmara de Vereadores, interagindo, não apenas enviando o projeto de lei.” E quem faria essa ligação entre Legislativo e Executivo? “Tem que ser um secretário. Não pode ser alguém abaixo dele. Alguém ponderado que tenha condições de falar em nome do prefeito”, disse o prefeito eleito. Assim, a extinta Secretaria de Governo pode ser reativada a partir do próximo ano.
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