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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mascote da Copa não voltará para Porto Alegre, garante Fortunati

Crédito fotográfico : Beto Vetromille - 30/09/2012 última imagem

Texto - Correio do Povo 

Boneco inflável do tatu-bola foi alvo de manifestantes durante protesto na última quinta

O mascote da Copa do Mundo de 2014 não voltará ao Largo Glênio Peres no Centro de Porto Alegre. O prefeito recém-reeleito da Capital, José Fortunati, garantiu em entrevista a Rádio Guaíba nesta quarta-feira que o boneco inflável do tatu-bola não será substituído. Conforme Fortunati, são apenas 12 em todo o País e a empresa fabricante não quis fornecer um novo exemplar. "Infelizmente para a população, para a imagem da nossa cidade, devido a alguns vândalos vamos ficar sem o símbolo maior da Copa, que é o tatu-bola", afirmou.

Durante a entrevista, concedida em razão da visita do presidente da CBF a Porto Alegre, José Maria Marin, o prefeito disse que o mascote era um símbolo que alegrava as pessoas, que iam até o local  para bater fotos com ele. "Não será com atos de vandalismo que nós vamos terminar com a Copa do Mundo", ressaltou. O mascote inflável  foi retirado após ser alvo de manifestantes na quinta-feira. Sobre as manifestações, Fortunati não viu grandes problemas, alegando que vem do movimento social e compreende os protestos. Segundo ele, no entanto, há uma "minoria barulhenta" que não se manifesta apenas democraticamente, mas também via atos de vandalismo.

O prefeito acredita que não haverá aumento da violência, mas que o grupo ficará isolado e com o tempo perderá força. Ele destacou que ações como as da semana passada só contribuem para espantar turistas e oportunidades de negócio que proporcionariam geração de emprego e renda.  "Eu sou absurdamente a favor de ações democráticas, de manifestações, fiz isso durante toda a minha vida. Agora, extrapolar com atos de vandalismo...isso não pode ser aceito por ninguém e tenho certeza que a população de Porto Alegre não aceita", enfatizou.

Anteriormente, a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) havia informado que iria pedir a recuperação ou a colocação de um novo tatu-bola no Glênio Peres.

Delegado acredita que boneco possa ter sido apenas desinflado e não danificado

A Polícia Civil ainda avalia os danos causados no tatu-bola inflável. Conforme o titular da 17ª Delegacia de Polícia, delegado Hilton Müller, informações repassadas pela empresa proprietária do boneco dão conta de que ele teria apenas sido esvaziado. "Ele tem um ventilador interno que o mantém inflado. Quando foi desconectado da tomada de energia elétrica, o motor parou de funcionar e ele começou naturalmente a desinflar. É bem provável que tenha acontecido só isso", afirmou. O delegado aguarda um documento oficial da empresa sobre o ocorrido.

Conflito no Centro

Na noite de quinta-feira, manifestantes que faziam protesto contra a privatização de espaços públicos na Capital e soldados do Batalhão de Operações Especiais (BOE), entraram em confronto no Largo Glênio Peres, no Centro da cidade. 

Integrantes do grupo derrubaram as grades que protegiam o tatu-bola e esvaziaram o boneco, além de atacar viaturas e veículos da imprensa e destruir a porta de um agência bancária. Ao tentar conter os manifestantes, a Brigada Militar (BM) usou bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogênio. Policiais, um guarda municipal e manifestantes se feriram.

No domingo, o governador Tarso Genro emitiu uma nota onde informa que pediu à Secretaria de Segurança Pública que localize os envolvidos e os encaminhe à Ouvidoria do setor para informar suas denúncias.

Na segunda-feira, após analisar imagens obtidas pelo BM, o comandante do policiamento da Capital, coronel Alfeu Freitas, disse que fica clara a adoção, por alguns policiais, de procedimentos que não correspondem com treinamentos em locais de tumulto. “Não é preciso ver muitas imagens para perceber que, por parte de um ou outro PM, houve algum excesso. Nós vamos identificar e responsabilizar. Agora, a Brigada não é autoritária”, destacou.

Internamente, todos os batalhões vão passar por uma reciclagem a fim de que episódios de violência sejam evitados em manifestações públicas futuras. 


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