Decisão da ex-senadora acendeu sinal de alerta
Jornal do Brasil
Após a surpresa de todo o país com a união de Marina Silva e Eduardo Campos, começam agora as contas das perdas e ganhos dos novos coligados e seus adversários com a formação dessa chapa para 2014. Enquanto PSB e Rede ainda comemoram, a apreensão tomou conta da cúpula do PT e do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. A decisão de Marina pode ainda ter desencadeado outros processos que estava hibernado à espera dos acontecimentos, como a candidatura de Lula e Fernando Henrique Cardoso.
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No tabuleiro do xadrez político, a situação de Aécio Neves é sem sombra de dúvida a mais delicada. Em terceiro nas pesquisas e sem conseguir superar a casa dos 12% das intenções de voto, o candidato tucano está assistindo à união de seus possíveis aliados num segundo turno e com grande possibilidade de um encolhimento já nas próximas pesquisas. Como alternativa de sobrevivência, Aécio poderia ceder o lugar para outro tucano, talvez o da mais alta plumagem do partido: Fernando Henrique Cardoso que teria o próprio Aécio como vice.
Indagado sobre essa possibilidade, Fernando Henrique desconversa, mas não assume uma posição frontalmente contrária a essa hipótese. Ao se tornar imortal, assumindo a cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras (ABL), disse que já havia dado sua contribuição para o país quando esteve na presidência, argumento um tanto vago para quem não quer concorrer. No PSDB a possibilidade de Fernando Henrique e Aécio concorrerem em 2014 vem sendo vista como a chapa dos sonhos do partido.
Já na outra ponta, a decisão de Marina também assanhou os que defendem a volta de Lula para concorrer no próximo ano no lugar de Dilma. Essa ala do PT acha que a possibilidade da presidente ter que encarar um segundo turno, com Marina e Campos, seria um risco muito grande. Lula, ainda com altos índices de popularidade em todo o país, poderia matar a fatura logo no primeiro turno. A percepção do eleitorado com relação a Dilma é de que a presidente é honesta e trabalhadora, mas não consegue fazer com que a economia do país reaja. Caso os indicadores continuem patinando até o início do, as chances do retorno de Lula aumentarão consideravelmente.