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domingo, 2 de março de 2014

CARNAVAL EM QUEDA

Carnaval vende cada vez menos
Loja especializada teve queda de 10% nos negócios em 2012 e agora as compras caíram 15%

As boas vendas ficaram mesmo para os carnavais do passado. Sem concurso de escolas de samba, com desestímulo à competição das fantasias de luxo nos clubes sociais, que também não realizam mais seus concorridos bailes, a comercialização de tecidos e plumas e adereços mais sofisticados caiu sucessivamente no ano passado e nesse - respectivamente 10% e 15%. No Carnaval de 2013, a tragédia do incêndio da Boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, praticamente acabou com os bailes de salão e nesse de 2014, as polêmicas sobre o local dos desfiles e as verbas públicas mudaram o perfil da tradicional folia em Pelotas, que terá nos blocos burlescos as principais atrações.

Comerciante reconhecido neste tipo de mercado, Renato Yuk contabiliza as perdas dos negócios nos dois últimos anos. A salvação, no entanto, vem dos foliões das cidades vizinhas, que se abastecem em Pelotas - na segunda-feira e nos dias seguintes, a loja ainda deve receber essa clientela, segundo o comerciante. Ontem, data do início do calendário de Carnaval na cidade e na região, a loja tinha uma boa clientela, mas nada que deixasse as instalações lotadas com as compras de última hora, como ocorreu nos anos passados. A contabilista Daniela Paz, moradora no bairro Fátima, comprava adereços para as filhas Ana Carolina, de seis anos, e Antônia, de quatro, que terão festas de Carnaval na escola.

“As amiguinhas também fazem”, conta Daniela, que comprou máscaras coloridas, confetes e serpentinas, já que as fantasias das duas meninas serão reaproveitadas. Escolhidos por elas próprias, serão dois vestidos de princesa. Daniela não gosta de Carnaval, mas estimula que as meninas participem, conforme explica. Sua opinião não difere de muitos outros pelotenses, que consideram haver pouca motivação para as comemorações deste ano. “É um ano diferente”, sintetiza Yuk, que costumava ter nessa época as melhores vendas do ano.

Plumas, que são os materiais mais caros nas fantasias, já que têm preços cotados pelo dólar, venderam muito menos. Hoje, as perucas, as máscaras e os adereços da moda - como são os bigodes neste ano, vendidos a partir de R$ 4,50 - é que levam os consumidores até loja - não que galões e tecidos sejam esquecidos, explica o comerciante. As máscaras, que neste ano exploram menos os personagens polêmicos e mais os ligados a histórias de terror, podem ser adquiridas a partir de R$ 5,50, com preços até R$ 40,00 ou R$ 50,00. Estolas de plumas coloridas custam entre R$ 24,00 e R$ 36,00 e são utilizadas como complementos para as fantasias das blocos populares, onde os homens costumam se vestir de mulher, para divertir o público que prestigia seus desfiles.

Reflexos
Junto com essas vendas mais baixas, existem outros reflexos negativos na geração de emprego e renda, aponta Yuk, que manteve seu quadro de pessoal para atender à clientela específica dos foliões. O comerciante lembra de artesãos e profissionais que trabalham com marcenaria e serralheria, atividades necessárias à confecção de fantasias de destaque nos desfiles de rua e salão e também de carros alegóricos.

Com conteúdo do Diário Popular

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