Estações do ano e comportamento afetam nível de colesterol
Segundo estudo americano, ataques cardíacos e doenças cardiovasculares são mais comuns nos meses mais frios
No inverno, as pessoas fazem menos exercícios e relaxam na dieta
RIO - As estações do ano mudam o comportamento e o nível de colesterol, segundo estudo que será apresentado em um encontro da Associação Americana de Cardiologia. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins analisaram a relação destes fatores com o perfil lipídico de 2,8 milhões de adultos nos EUA.
Estudos anteriores já haviam mostrado que ataques cardíacos e doenças cardiovasculares aumentam durante meses frios. Os níveis de colesterol anormais são um conhecido fator de risco.
- Nesta grande amostra, vimos que as pessoas tendem a registrar piores valores de colesterol em meses mais frios, em comparação aos meses mais quentes - compara o cardiologista Parag Joshi, um dos autores do estudo. - Trata-se de uma variação significativa. Confirmamos descobertas de estudos menores e levantamos uma série de questões importantes, inclusive o que poderia provocar essas flutuações.
A clara variação sazonal obriga mais cuidados com comportamentos fundamentais que podem minimizar o risco de doenças cardiovasculares.
- No verão, nós tendemos a sair mais, somos mais ativos e temos comportamento mais saudável - lembra Joshi. - Nos meses mais frios, ficamos recolhidos, relaxamos com a dieta e fazemos menos exercícios. O LDL e o não-HDL (o colesterol ruim) são piores. Isso é impulsionado por uma série de comportamentos que ocorrem durante a mudança de estações.
Os autores do estudo especulam que os dias mais curtos do inverno - e o tempo limitado para passar fora de casa - também significam menor exposição ao sol e, consequentemente, menores concentrações de vitamina D, que é associada à proporção de bom ou mau colesterol.
Joshi ressalta que é necessário fazer mais análises sobre o que pode estar por trás das variações sazonais.