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terça-feira, 24 de junho de 2014

COPA - ARGENTINOS CRESCEM EM NÚMERO NA CAPITAL GAÚCHA

Direto do Centro Aberto de Mídia em Porto Alegre

Argentino radicado em Porto Alegre recebe um grande grupo na sua casa e comemora fazendo uma parrilla. - Foto: Dani Barcellos/CAM/POA/RS.

Momentos como o da Copa do Mundo são importantes para unir um país, instigar o patriotismo de um povo. É o que ocorre com os argentinos que visitam o Rio Grande do Sul esta semana, para assistir o jogo da sua seleção contra a Nigéria, quarta-feira (25), às 13h, no Beira-Rio.  Vindos de diferentes regiões de seu país, esquecem rivalidades internas, vestem a mesma camisa azul e branca, comem uma boa parrilla e aproveitam a oportunidade que acontece somente a cada quatro anos.

Uma perfeita representação deste universo pode ser vista numa em Porto Alegre. Do alto do Morro da Polícia, na divisa entre os bairros Partenon e Glória, Zona Leste da cidade, uma residência transformada em república argentina reúne, em clima familiar, 15 hermanos, há uma semana. Ali, liderados por Eduardo Galeano, argentinos de vários rincões aguardam pela partida onde poderão ver Messi, Di Maria e seus companheiros.

Não. O famoso escritor uruguaio não abriu uma pousada no Estado. Coincidentemente, têm o mesmo nome. Homônimos, o uruguaio e o argentino têm, ao menos, outro dois pontos em comum: as paixões pelo futebol e pela América Latina. Nascido em El Dorado, pequena cidade a cem quilômetros da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, ele tem uma relação muito forte com a Ordem dos Jesuítas, símbolo de tempos em que não havia divisão entre os três países, unidos pelas Missões.  Com o passar do tempo, passou a ter negócios com cidades brasileiras.

“Quem nasce na região é um agente permanente do Mercosul. Desde pequeno eu já falava pai e mãe sem saber que era português.”, explica o argentino. No Brasil, ele tem carinho especial pelo Rio Grande do Sul, onde, desde o início da década de 1990, já viveu em diversas cidades gaúchas, constituindo, inclusive, família no Estado.

“Eu amo o Rio Grande do Sul por sua alma missioneira gaúcha. Nenhum outro lugar no Brasil tem essa identificação tão forte. Em 1990, comecei uma relação com a cidade de Santiago (a 152 quilômetros de Santa Maria, no Centro do Estado). Tenho muitos amigos aqui em Porto Alegre. Minha filha nasceu aqui, em 1998, durante a Copa da França”.

Agregador nato, não tardou a encher a casa que alugou para receber seus patrícios. Em um ambiente animado, no qual, todos os dias, os Hermanos fazem de Porto Alegre um pedaço de sua terra, nesta segunda-feira, prepararam uma parrilla, improvisada em uma churrasqueira gaúcha, para assistir à partida entre Brasil e Camarões.

“Nos sentimos em casa. Os costumes são praticamente os mesmos. As pessoas nos tratam bem”, contou Nestor Celiz, produtor de embutidos em Córdoba, que garantiu os salames da festa. Além de Córdoba, havia gente de Las Palmas, província de Chaco, caso de Jorge Gutierres, de quem quase não se via o rosto, já que passou o tempo inteiro usando uma máscara do Papa Francisco.

Virando a casaca

Entre os Hermanos, estava infiltrado Matheus Raimeres, de 10 anos, um vizinho. Feliz por ter visto pela primeira vez na vida um argentino e sem entender direito que se falava, o menino queria participar da festa, chegando a dizer que torceria pelo país vizinho:

“Acho que vai dar Argentina porque o Brasil tá muito ruim. É a primeira vez que vejo argentinos. Vim almoçar aqui. Eles são muito legais, mas não entendo nada que falam, é muito difícil.”

Texto: Luiz Jacomini

Edição: Secom 

Comunicação Comitê Gestor Copa 2014
Comitê Gestor da Copa 2014


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