Seria até mesmo mais generosa que as de 1º mundo, segundo levantamento. No Brasil, trabalhadores mantém 85% da renda quando se aposentam, contra 42% nos EUA
Milhões de idosos brasileiros vivem mal, e muitos não se cansam de reclamar de suas aposentadorias, mas um levantamento do economista-chefe do Grupo Allianz, o alemão Michael Heise, aponta que os cidadãos que se aposentam aqui recebem, em média, 85,9% do que ganhavam quando estavam trabalhando. Nos Estados Unidos, esse número é de 42,3% (veja tabela comparativa abaixo).
A chamada taxa de substituição é ainda menor no Japão: 36,3%. Na prática, portanto, o trabalhador japonês que se aposenta recebe pouco mais de um terço de seu salário.
O estudo, cujos dados foram retirados do Panorama de Previdência da OCDE 2012, leva em conta não somente funcionários públicos e detentores de previdência privada, mas também os que só recebem pelo INSS.
Sob esse prisma, o Brasil estaria entre os países mais generosos na hora de conceder a aposentadoria.
Isso, claro, leva em consideração a renda da população, o que então deixa o país em desvantagem. O estudo menciona que a renda per capita da União Europeia hoje é de cerca de 30 mil dólares, enquanto a brasileira gira em torno de 10 mil.
Assim, um trabalhador americano ou europeu ganha mais em termos absolutos, o que faz toda a diferença no padrão de vida que ele consegue manter após a aposentadoria. Mas relativamente à riqueza que seu país produz, porém, ele leva menos.
Entre os países considerados, o Brasil é um dos que mais gasta com previdência hoje em porcentagem do PIB.
O principal problema do ponto de vista das contas do Estado, porém, é o futuro: mantido o sistema atual, o comprometimento dos gastos públicos com aposentadorias e pensões vai passar de 8,5% em 2010 para 15,8% até 2050, um patamar bem acima dos demais emergentes ou dos países da OCDE, grupo que reúne nações ricas.