Estados Unidos espionaram até o papa, diz revista italiana
Telefones teriam sido interceptados pouco antes de Bergoglio ser eleito pontífice
A espionagem norte-americana não teria poupado nem os cardeais da Igreja Católica, segundo a revista italiana Panorama. De acordo com o semanário, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) interceptou telefonemas de diversos cardeais, entre eles o argentino Jorge Mario Bergoglio, pouco antes de ele ser eleito papa.
A revelação da Panorama vem à tona depois de o site Cryptome ter noticiado que a espionagem dos EUA interceptou 46 milhões de telefonemas na Itália entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013. "Aparentemente há também ligações do e para o Vaticano" e a NSA "espionou o papa", enfatiza a semanal.
"Há temores de que (...) os norte-americanos tenham continuado a escutar as conversas dos prelados até a véspera do conclave", inclusive aquelas envolvendo o futuro papa Francisco, prossegue a revista.
O conclave papal é um acontecimento historicamente cercado de segredo. Quando os cardeais católicos fecham-se na Capela Sistina para escolher um novo líder para a Igreja, um moderno sistema é instalado com os objetivos de impedir qualquer comunicação dos prelados com o mundo exterior e também que o local seja alvo de escutas clandestinas.
Citado pela emissora Al Jazeera, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que não é de conhecimento da Santa Sé a informação de que os cardeais teriam sido espionados. "Não estamos preocupados com isso", declarou.
A Panorama lembra que Bergoglio é considerado uma "pessoa de interesse" pelos serviços de espionagem norte-americana pelo menos desde 2005, segundo revelações feitas pelo WikiLeaks, plataforma dedicada ao vazamento de informações secretas que liberou ao público centenas de milhares de telegramas diplomáticos dos EUA.
Com informações do correiodopovo.com.br