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terça-feira, 5 de agosto de 2014

LOTES DE LEITE E REQUEIJÃO PIÁ CONTAMINADOS COM ÁLCOOL

Presença de álcool no leite leva Ministério a recolher lotes da marca Piá no RS
Empresa rebate suspeita de fraude, mas vai retirar lotes condenados pelo Mapa


A Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul determinou à Cooperativa Agropecuária Petrópolis LTDA Indústria de Alimentos, que fabrica o leite Piá, a recolher os lotes de leite UHT integral L02/2 e L2-3, fabricados em 26 de junho e com data de validade até 26 de outubro. A decisão, que também vale para o lote L2 de requeijão light (200g) fabricado em 30 de junho e com data de validade até 30 de setembro, ocorre depois que o posto de refrigeração de Vila Flores, que pertence à cooperativa, foi interditado pelo Serviço de Inspeção Federal, em 15 de julho, em razão da detecção de álcool etílico em uma amostra de leite cru refrigerado.

Por não ser um constituinte normal da composição do leite cru refrigerado, a presença de álcool no leite é considerada fraude, já que mascara a adição de água. O posto retornou às atividades no dia 21 do mesmo mês, após implantar ações corretivas para garantir o restabelecimento das condições de controle de qualidade.

Na sexta passada, o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA-RS) encaminhou um documento ao Ministério Público Estadual solicitando que sejam adotadas novas medidas de investigação, com o apoio de outros órgãos, conforme previsto em um termo de cooperação técnica. O Ministério da Justiça também foi comunicado e a expectativa é de que seja analisado um pedido de recall dos produtos já vendidos, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Contraponto
A Cooperativa Agropecuária Petrópolis (Piá) divulgou nota no fim da tarde desta segunda afirmando ter acatado a determinação da Superintendência Federal de Agricultura do Rio Grande do Sul (SFA-RS) de retirar do
mercado lotes de leite e de requeijão com suspeita de fraude. A cooperativa, no entanto, nega que tenha havido qualquer problema na fabricação dos produtos.

Para a Piá, não há fraude. "Nas análises internas e nas amostras dos referidos lotes enviados para análise externa em laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura não ficou constatada qualquer irregularidade nos itens produzidos", diz a cooperativa na nota. A Piá também afirma que, mesmo em discordância com a determinação, os produtos referidos que ainda estiverem no mercado serão recolhidos.

O Ministério da Agricultura recomendou que a investigação continue. O Ministério da Justiça foi comunicado, e a expectativa é de que seja analisado pedido de recall dos produtos já comercializados, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90).

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