Ao assumir presidência da Petrobras, Maria das Graças Foster se emociona e promete continuidade
Nova presidente sucede José Sergio Gabrielli, que deixou a estatal para seguir carreira política
Presidenta Dilma e Maria Foster |
Graça, como é conhecida a nova presidente da estatal, chorou na hora da posse e declarou "gratidão e fidelidade incondicional" à presidente Dilma Rousseff. Ela também lembrou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final do seu primeiro discurso oficial à frente da estatal. A executiva ressaltou o fato de ser a primeira mulher indicada para comandar uma das maiores empresas de petróleo do mundo.
— É uma grande responsabilidade — disse.
No campo externo, Graça Foster declarou que a intenção é fortalecer as relações com os parceiros da América Latina e da África, sem, contudo, descuidar das relações multissetoriais que a empresa tem com 27 países.
A nova presidente da Petrobras prometeu dar atenção ao conteúdo brasileiro nas contratações para toda a companhia e lembrou que a estatal tem investimentos no montante de US$ 224,7 bilhões e uma estimativa de produção de 6 milhões de barris diários até 2020.
— Então, temos a escala necessária para ver prosperar a indústria de bens e serviços no Brasil.
Posse concorrida
Participaram da cerimônia de posse a presidente Dilma Rousseff; o presidente da Câmara dos Deputados (PT), Marco Maia; o ministro da Fazenda, Guido Mantega; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Dilma e Maria das Graças se cumprimentaram antes da cerimônia
Foto: Roberto Stuckert Filho, Presidência da República, Divulgação
Dilma destacou, em discurso na cerimônia, o fato de Graça ser a primeira mulher eleita presidente de uma empresa de petróleo e elogiou José Sergio Gabrielli. A presidente reforçou ainda que conhece a capacidade do corpo profissional da Petrobras e que a empresa foi capaz de se superar e o Brasil tem nela exemplo.
— A Petrobras é poderosa em escala mundial e é estratégica dentro do Brasil. Felizmente, sobreviveu a todos os ventos privatistas e persistiu como empresa brasileira. Sob controle do povo brasileiro. E, hoje, exerce papel fundamental em nosso modelo de desenvolvimento.
Gabrielli despediu-se do cargo que exerceu de 2005 a 2012 elogiando a sucessora. Ele definiu Graça Foster como "uma pessoa de extrema capacidade, lealdade e companheirismo. É uma craque. Pena que é Botafogo", disse, fazendo alusão ao time do coração da nova presidente da estatal. O executivo declarou ainda sair da empresa com a sensação do dever cumprido.
— Foi duro, mas venci — disse.
Em seu discurso, Gabrielli destacou como vitórias alcançadas em sua gestão a autossuficiência na produção de petróleo, a expansão dos investimentos em petroquímica e refino, a política de conteúdo nacional, a elevação dos patrocínios culturais e sociais, a descoberta de petróleo no pré-sal, e a capitalização da empresa, "a maior da história mundial".
Também estiveram no evento empresários e políticos, entre eles o presidente da Vale, Murillo Ferreira; o diretor da Coppe e ex-presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa; e a senadora Marta Suplicy.
Cerimônia interna
O gerente-executivo do E&P Pré-sal, José Formigli, e o atual gerente-executivo de Operações e Participações em Energia, José Alcides Martins tomam posse amanhã em cerimônia interna, sem a participação da imprensa.
Eles assumem, respectivamente, as diretorias de Exploração e Produção e de Gás e Energia. Formigli substitui o diretor Guilherme Estrella, que se aposenta, e Martins assume a pasta que era de Graça.
Agência Estado
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