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| Recursos foram destinados em incentivo à Cultura |
Atores, diretores e equipe técnica do longa o Tempo e o Vento elogiaram, durante a tarde de ontem (02), o apoio dispensado pela Prefeitura para a realização efetiva das filmagens e também as belezas do Município. O mais recente trabalho do diretor Jaime Monjardim tem parte das locações sediadas em Pelotas e vem movimentando a economia local em função de diversos serviços que são utilizados ao longo das filmagens, como por exemplo, a locação de transporte para as equipes, restaurantes, aluguel de peças em antiquários locais para composição dos cenários, e equipes de apoio logístico de Pelotas que foram contratadas para apoiar a produção.
“A recepção não poderia ter sido melhor, pois tive toda a ajuda da qual precisei para compor os cenários do “casarão”. Pelotas é de uma riqueza cultural e artística impressionante e preserva isso”, comenta a diretora de arte do longa-metragem, Tiza de Oliveira. A profissional, responsável pela ambientação das cenas, contabiliza 38 anos de serviços prestados à Rede Globo, sempre na mesma função e além deste, destaca como trabalhos que mais gostou de realizar, as produções: Gabriela, Terra Nostra, O Clone e a Casa das Sete Mulheres, ocasião em que veio pela primeira vez a Pelotas. “Agradar gaúcho é muito difícil, porém muito prazeroso, por isso buscamos a perfeição em cada detalhe do filme, para não corrermos o risco de deturpar uma história tão bonita quanto a do Estado. O Gaúcho tem um orgulho imenso de ser gaúcho e preserva como ninguém suas raízes e tradições, característica que dificilmente encontro em outros estados brasileiros”, conta ela.
Segundo Tiza, 70% dos objetos utilizados para compor os cenários foram conseguidos nos antiquários locais, 20% foram emprestados pelos proprietários das charqueadas utilizadas para a locação e 10% foram alugados. Para o premiado diretor de fotografia, Affonso Beato, Pelotas tem tudo para se tornar um polo cinematográfico. “Aqui encontrei, alem das belezas naturais do Município, uma bela arquitetura, um conservado centro histórico, charqueadas belíssimas e uma universidade que oferece um curso voltado para a arte cinematográfica e teatro. Nessa produção, em especial, destaco a importância do apoio logístico proporcionado pelo poder público, que bem poderia investir mais nesta vocação natural do Município”, destaca. Beato soma 50 anos de profissão, já tendo trabalhado em produções como “A Rainha” (de Stephen Frears); “Tudo sobre minha mãe” e “Carne Trêmula” (Pedro Almodovar), “Antônio das Mortes” (Glauber Rocha) e “Resistindo às tentações” (Jonathan Lynn).
A realização das tomadas em Pelotas foi uma iniciativa da Prefeitura, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SDET) e teve como objetivo principal divulgar o Município em canais de comunicação de circulação nacional, como é o caso do cinema e da televisão, já que o longa-metragem deve transforma-se em minissérie a ser exibido, provavelmente em 2014, na TV, após passar pelos cinemas.
Essa iniciativa do Município de trazer para cá parte das locações não passou despercebida pelo co-produtor do longa, Beto Rodrigues. Segundo ele, o desafio de fazer um filme desse porte traz como conseqüência a montagem de uma “geografia de produção” que maximize o tempo de duração, evite deslocamentos desnecessários e concentre ao máximo as filmagens em determinados locais. “As cenas do sobrado, inicialmente seriam realizadas em estúdio, porém as locações naturais têm mais legitimidade e Pelotas oferece uma dos mais belos acervos em termos de patrimônio histórico do século XIX, no Brasil. Bastou uma visita do Jaime (Monjardim) para que a decisão natural sobre o local da locação recaísse sobre Pelotas e isso se tornou viável por meio do apoio logístico, sem o qual não seria possível a realização de um trabalho deste porte”, finaliza ele.
O longa-metragem, trilogia de Érico Veríssimo, também tem locações nos municípios de Paulínia (SP), Bagé, Pinheiro Machado, Candiota e Aceguá.
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