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quarta-feira, 17 de abril de 2013

MARACANÃ - OBRAS BILIONÁRIAS DE EIKE BATISTA


Maracanã: consórcio de Eike demoraria 121 anos para gastar com o estádio o R$ 1,25 bilhão que governo destinou às obras

Na ponta do lápis, o consórcio de Eike Batista (o Maracanã S/A, de Odebracht, IMX e AEG) ofereceu R$ 26,4 milhões a mais que o rival, formado por OAS, Lagardère e Stadium Amsterdam N.V. São 33 anuidades pela concessão por 35 anos (nos dois primeiros anos, não há débito), além dos R$ 594 milhões previstos pelo edital de concessão em investimentos em obras no entorno. No total, é uma oferta de R$ 775 milhões pelo estádio, que recebeu R$ 1,25 bilhão em verbas públicas para reformas nos últimos dez anos.

Com essa anuidade, o governo precisaria de 121 anos para recuperar a fortuna investida no complexo - sem considerar o fato de que, até a iniciativa privada assumir o estádio, o poder público pode gastar mais R$ 12 milhões com a manutenção (o governador Sérgio Cabral disse que o Maracanã, sem jogos, consome R$ 4 milhões mensais). Três meses é o prazo máximo para que a concessionária vencedora assuma a fatura, após o anúncio oficial do fim da licitação.

Com a vantagem financeira, o Maracanã S/A assegura a liderança em 40% da pontuação, já que os demais 60% consideram características técnicas das candidatas, como experiência em gestão de estádios. Desde o começo da licitação, a presença da IMX foi questionada pelo Ministério Público: a empresa fez o estudo de viabilidade da concessão e, ainda assim, participa da disputa. Na próxima etapa, a comissão da Casa Civil responsável por escolher o vencedor divulgará as notas no Diário Oficial, em data indefinida. Depois, haverá o processo de habilitação do consórcio e a assinatura do contrato.

Pelas regras, o vencedor precisará firmar parceria com ao menos dois clubes grandes do Rio. Se ganhar a briga, o Maracanã S/A já conta com o apoio dos únicos cariocas sem estádio próprio (além do Botafogo, ainda sem Engenhão). Ontem, o Extra informou que Flamengo e Fluminense negociam com o grupo de Eike para atuar no local, que será entregue no fim de maio à Fifa para a Copa das Confederações.

No cálculo do Consórcio Maracanã S/A, o valor mensal pago ao Estado é de R$ 460 mil. O montante não é sequer o dobro do que a Prefeitura do Rio recebe da GL Events pelo aluguel do HSBC Arena, na Barra da Tijuca. Com um detalhe: a construção da casa de espetáculos custou R$ 127 milhões - 10% do valor usado para reformar o estádio.


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