Na semana que vem tem início a divulgação dos resultados econômico-financeiros dos grandes bancos do país no primeiro trimestre de 2013, e a expectativa dos agentes não é das melhores, principalmente em relação ao Santander Brasil.
"Após difíceis resultados no quarto trimestre de 2012, esperamos que o primeiro trimestre de 2013 seja o último trimestre da transição para um período de melhor rentabilidade para os bancos privados do Brasil", afirmam Jorg Friedemann, Marcus Fadul e Jose Barria, analistas do Bank of America Merrill Lynch, em relatório.
Na avaliação dos especialistas, as provisões para perdas das grandes instituições financeiras do país devem apresentar redução, com exceção do Santander Brasil, mas esse não deve ser um ponto suficientemente positivo para compensar o crescimento ainda fraco dos empréstimos, reflexo do moderado apetite na concessão de crédito.
"Estimamos fracos resultados para o Santander Brasil no primeiro trimestre de 2013, com lucro líquido de R$ 1,175 bilhão", pontuam os analistas do BofA.
O valor projetado corresponde a uma queda de 16,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado, e de 4,8%, frente ao trimestre imediatamente anterior.
"No caminho inverso de seus pares, a qualidade dos ativos [do Santander] deve se deteriorar".
Em linhas semelhantes também vão Gustavo Schroden e Mateus Renault, do banco de investimento português Espírito Santo Investment Bank.
"Vemos espaço para que os resultados do Santander Brasil decepcionem o mercado", ponderam.
"De forma geral, esperamos por resultados pouco inspiradores. Na nossa visão, a maioria dos bancos privados deve reportar limitado crescimento da carteira, por conta do ainda fraco nível da atividade econômica, e das preocupações com a qualidade dos ativos", emendam.
A projeção do banco português para o Santander Brasil é ainda mais pessimista que a de seu par americano, e prevê lucro liquido de R$ 1,346 bilhão para o Santander Brasil de janeiro a março, baixa de 23,8% em bases anuais, e de 15,8% na margem.
"Esperamos que o banco apresente um crescimento fraco da carteira de empréstimos, uma compressão maior da margem na comparação com os pares, e um aumento da inadimplência", pontuam os especialistas do Espírito Santo.
Pelos cálculos do BofA, os empréstimos do Santander Brasil nos três primeiros meses do ano devem ter totalizado R$ 215,8 bilhões, aumento de 8,3% ante a mesma época de 2012, e de 1,8% frente ao quarto trimestre do ano passado.
Para taxa de inadimplência acima de 90 dias, a estimativa do banco americano aponta 5,6%, contra 4,5% em março de 2012, e 5,5% em dezembro último.
A margem financeira, por sua vez, deve recuar para 10,6%, ante 12,2% no primeiro trimestre do ano precedente, e 11,1% no quarto trimestre de 2012.
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