Um saco de lixo com dezenas de processos contendo diversos documentos de cidadãos que procuraram o Procon foram parar no lixo comum. Cidadão viu, ligou para a Brigada Militar e documentos foram recolhidos. O problema, segundo o Procon, foi resultado de um equívoco de estagiários.
Diversos documentos, como procurações, extratos bancários e cópias coloridas de carteiras de identidade e de CPF estavam no lixo comum.
Uma cena inusitada fez o advogado e leiloeiro Alfeu Valério parar em frente à uma lixeira na rua Gonçalves Dias, no centro de Canoas. Um catador rasgava a capa de papelão de processos, separando-as do conteúdo. Ele analisou e rapidamente visualizou dizersos documentos de muitas pessoas espalhados pelo chão. Ele não deixou que o catador continuasse sua ação, analisou melhor os documentos e resolveu agir para proteger os donos daqueles documentos. O homem que os recolhia informou que já havia encontrado processos na semana anterior, no mesmo local. Os processos tinham o timbre da Prefeitura e do Procon.
O advogado ligou para a Brigada Militar e esperou por 45 minutos a chegada da viatura. A reportagem de O Timoneiro chegou ao local alguns minutos após o advogado e presenciou tudo. Enquanto 'guardava' os documentos que estavam espalhados pelo chão, o advogado conversava com cidadãos que passavam e se surpreendiam com a cena, chamava outros colegas advogados e mostrava o que classificava de absurdo. A indignação era geral.
Pouco antes da BM chegar, dois homens com um saco de lixo tentaram recolher os processos. Eram do Procon, que fica situado a 30 metros da lixeira. O advogado não deixou que os homens tocassem nos processos, dizendo que somente a Brigada iria mexer. "Vocês jogaram no lixo, agora deixem no lixo", bradou. E assim foi.
BM recolheu documentos
Os policiais militares que atenderam a ocorrência não esconderam o semblante de surpresa e indignação ao constarem a importância dos documentos espalhados pelo lixo. Recolheram todos os processos e levaram para análise e posterior encaminhamento para a Polícia Civil, que deverá dar prosseguimento ao caso.
Estagiários
O diretor do Procon de Canoas, Sérgio Mossmann, disse que o fato foi um equívoco e que foi isolado. "Na verdade aqueles processos estavam dentro de um saco para serem remetidos para a Prefeitura. Na hora de recolher o lixo, os estagiários levaram por engano", disse à reportagem. Segundo Mossmann, o Procon entrará em contato com a BM para ter os processos de volta e realizar o procedimento correto, que é a inutilização dos documentos e posterior recolhimento por parte da Prefeitura.