Grupos de ativistas dizem planejar invadir sites vinculados à organização da Copa do Mundo ou de seus patrocinadores, como forma de protesto ao Mundial.
De acordo com a agência Reuters, o grupo conhecido como Anonymous já colocou os sites oficiais do torneio da Fifa como alvo para futuros ataques cibernéticos. Ainda assim, o governo brasileiro afirma que estará pronto para lidar com esse tipo de situação e evitar a atuação dos hackers durante a Copa no país.
"Seria imprudente para qualquer nação que dizer que é 100% segura com relação a uma ameaça digital, mas o Brasil está preparado para responder a isso", afirmou o general José Carlos dos Santos, chefe do comando cibernético do Exército.
A Reuters conversou com um dos hackers ativistas que prometem ataques contra os sites vinculados à Copa. Com o nome fictício de Eduardo Dioratto, ele afirma que os grupos saberão driblar a segurança cibernética brasileira para promover as invasões.
"Nós já estamos com tudo planejado, não acho que há muito o que eles possam fazer para nos impedir", disse.
Segundo os ativistas, a Copa do Mundo oferece uma audiência internacional muito grande que pode ser aproveitada para mostrar a indignação dos grupos com relação ao Mundial no Brasil.
'Rápido e prejudicial'
Uma das estratégias utilizadas pelo grupo Anonymous para os ataques cibernéticos é tirar um site do ar por meio de uma sobrecarga de acessos simultâneos. De acordo com outro ativista ouvido pela Reuters, essa e outras táticas serão utilizadas contra páginas de empresas parceiras da Fifa e terão um efeito "devastador".
"Os ataques serão direcionados aos sites oficiais e outros de empresas que patrocinam a Copa. Será rápido, devastador e relativamente simples de executar", explicou outro ativista com o nome fictício de Che Commodore.
Especialistas concordam que pouca atenção tem sido dada à estrutura de telecomunicações no Brasil e que a segurança cibernética ainda recebe pouco investimento.
"Não é uma questão de se a Copa será alvo desses ataques, mas sim de quando isso vai acontecer. Então a resistência e a resposta a esses ataques serão extremamente importantes", disse William Beer, especialista em segurança cibernética e consultor da empresa Alvarez&Marsal.
A Fifa, por enquanto, ainda não se pronunciou sobre o assunto.