Mais um passo rumo à ETA São Gonçalo
Prefeitura conhece nesta quarta planilhas orçamentárias das concorrentes para construção da estrutura que tratará 500 litros de água por segundo
Por: Vinícius Waltzer - com conteúdo do Diário Popular
Pelotas fica nesta quarta-feira (19) mais perto da concretização da Estação de Tratamento de Água (ETA) São Gonçalo, que deve resolver pelos próximos 30 ou 40 anos os problemas de falta d’água nos meses de estiagem. Depois da etapa em que foi avaliada a qualificação técnica dos interessados em executar o projeto, em janeiro, a Unidade Gestora de Projetos (UGP) recebe na tarde desta quarta as propostas financeiras. O vencedor do processo pode ser conhecido ainda em fevereiro.
Jair Seidel |
A abertura das propostas dos dois interessados - uma empresa paranaense e um consórcio de São Paulo e Bahia - dão início a uma nova etapa da licitação. Durante os próximos dias serão analisadas as planilhas de custos apresentadas, com mais de mil itens, que não podem apresentar erros. Os trabalhos devem durar em torno de uma semana e somente ao final dele será conhecido o vencedor. Dados prazos legais para recursos e seus julgamentos, a expectativa é de que as obras iniciem até o final de março.
Jair Seidel diz que água será captada acima da Barragem Eclusa do canal São Gonçalo
Em dois anos, ETA deve estar concluída
As obras da nova estação de tratamento têm previsão de conclusão de 24 meses e vão custar mais de R$ 30 milhões. Os recursos foram garantidos junto ao Ministério das Cidades, através do Programa de Aceleração do Crescimento (Pac). Outros R$ 12 milhões já foram licitados no ano passado para a compra da tubulação que será usada para levar a água tratada até a rede em Pelotas. Os dutos já estão chegando à cidade, depositados no local onde a obra será executada, ao lado do pórtico de entrada do Campus Capão do Leão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O chefe da UGP, Jair Seidel, explica que a água será captada acima da Barragem Eclusa do canal São Gonçalo, construída nos anos 70 com a finalidade de evitar a intrusão de água salgada na Lagoa Mirim. A barragem fica na extremidade nordeste do Canal São Gonçalo, distante três quilômetros de Pelotas. De lá, a água será levada por tubos de 700 milímetros até a nova estação, próxima ao Campus. São cerca de 1,5 quilômetros.
A ETA São Gonçalo terá capacidade de tratar 500 litros de água por segundo e contará ainda com um reservatório de quatro mil metros cúbicos de água. “A obra nos dará tranquilidade por uns 30 ou 40 anos sem os problemas de abastecimento nos meses de estiagem, já que as outras barragens continuarão em funcionamento”, garante Seidel. O volume tratado no local representará até 40% do total do abastecimento de Pelotas.
Arte: Bruce William - Especial DP |
Para que a água da estação de tratamento chegue até a torneira do consumidor, no entanto, serão necessários sete quilômetros de tubos, também de 700 milímetros de diâmetro. A tubulação será interligada à rede de abastecimento do Serviço Autônomo de Abastecimento de Água de Pelotas (Sanep), provavelmente na caixa d’água em frente à Santa Casa.
Problemas na distribuição da água em decorrência das deficiências na rede de encanamentos, como os que afetam alguns bairros de Pelotas, no entanto, não devem ser resolvidos com a obra. A modernização e manutenção dos canos dentro da cidade não fazem parte do projeto.
A construção de uma estação de tratamento que levasse água do São Gonçalo para o município vinha sendo pensada há mais de 20 anos, mas começou a se tornar realidade em 2012, quando o projeto de construção foi aprovado junto ao Ministério das Cidades.