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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ROBOCOP ' MADE IN BRAZIL '

Padilha fez de 'Robocop' o 'filme político do jeito que quis'

Diretor e os atores Michael Keaton e Joel Kinnamam estão no Rio de Janeiro para promover o longa, que estreia nesta sexta nos cinemas de todo o Brasil


Responsável por trazer Robocop de volta ao cinema, o diretor José Padilha conta que precisou fazer um bom trabalho de convencimento em Hollywood para conseguir produzir "o filme político que sempre quis". Apesar de toda a estrutura existente na indústria cinematográfica americana, o brasileiro imprimiu na produção um estilo com o qual já está acostumado, levando consigo parte da equipe com a qual normalmente trabalha.

"Fazer filme político de estúdio é muito difícil. O nosso filme é bastante diferente do modelo de estúdio. Começa que a gente tem um vilão que não é vilão", disse o diretor, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, no Rio de Janeiro. "Eu queria um filme em que o personagem oposto ao Robocop fosse extremamente inteligente e tivesse um argumento, exatamente o argumento que se usa hoje em dia para defender 'drones'", contou.

Esse personagem coube ao ator Michael Keaton - que veio ao Brasil com o diretor e o colega Joel Kinnamam, intérprete do Robocop, para promover o longa que estreia nesta sexta-feira no país. Keaton deu vida a Raymond Sellars, presidente da OmniCorp, empresa que fabrica robôs e 'drones' e busca uma saída para inserir os produtos dentro do lucrativo mercado americano, único reduto no mundo onde seus produtos não têm autorização para fazer a 'segurança' da população. "É um filme filosoficamente e emocionalmente muito profundo", observou o ator, sempre lembrado por sua atuação na pele do Batman dirigido por Tim Burton.


Conteúdo - Padilha contou ainda que a decisão de fazer uma nova versão de Robocop foi pessoal, por acreditar que a obra poderia provocar um debate. Ele diz ter dito aos executivos da MGM que conseguiria "fazer um filme com conteúdo, não somente de entretenimento". Quanto à primeira versão, lançada em 1987, e a expectativa dos fãs, o diretor afirmou que "foi fiel ao filme, às ideias, mas não à forma". Seu foco, detalha, está na premissa da substituição dos soldados por robôs. "Isso vai acontecer. No filme, os robôs são usados na guerra, mas não nos Estados Unidos. Respeito os fãs, sou um fã, adoro a primeira versão, mas, se for pensar neles, não faço um filme", frisou.

O novo Alex Murphy, o ator Joel Kinnamam, aliás, incluiu-se entre os admiradores do novo protagonista e brincou com a preocupação da mãe, que ficava espantada com a quantidade de vezes que assistia ao filme quando criança - o que, segundo ele, o habilitava ao posto. "Embora o personagem tenha o mesmo nome, sua jornada é completamente diferente. José (Padilha) mostrou que era um personagem complexo, cheio de contrastes, e que passa por muitas fases", disse, lembrando que o policial tem que lidar com a nova realidade ao despertar e descobrir que seu corpo já não é mais como antes.

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