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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

TV NATIVA ENCERRA O JORNALISMO EM PELOTAS

Jornalismo da Nativa é desativado em Pelotas
Pouco apoio de empresários e Poder Público em relação a patrocínios foram decisivos para o encerramento do projeto, segundo o diretor geral da empresa, Cláudio Omar Haubman

Por: Vinícius Waltzer - Diário Popular

A TV Nativa, nascida do sonho de fazer uma televisão voltada à programação local e regional, transmitiu na quarta-feira o último programa de jornalismo em Pelotas. Alegando pouco apoio de empresários e Poder Público em relação a patrocínios, o diretor geral da empresa, Cláudio Omar Haubman, informou que a partir de agora o canal 18 apenas retransmitirá a programação musical da Top TV, além dos programas locais não-jornalísticos.


O sonho de utilizar o conteúdo local produzido para promover a integração regional, no entanto, está mantido. Segundo o Haubman, a empresa passa por um período de reestruturação da TV, em busca de uma reformulação que permita ir atrás de uma nova bandeira de nome nacional. No final de junho do ano passado, a Nativa encerrou uma parceria de cinco anos com a Rede Record e, antes disso, já havia trabalhado com a bandeira do SBT.

Lembrando dos feitos alcançados pela Nativa, que chegou a transmitir ao vivo o Carnaval de Pelotas para toda a Zona Sul, o diretor geral destacou a importância da empresa também como laboratório de formação de profissionais. “Profissionais que começaram suas carreiras na TV Nativa hoje estão em grandes jornais de Porto Alegre e alguns até no Rio de Janeiro. Isso me dá muito orgulho”, comenta.

A qualidade dos profissionais que fizeram parte da equipe de jornalismo na Nativa são apontados por Haubman como motivo para que a empresa tenha conseguido colocar em prática boas iniciativas na área de jornalismo local e esportivo. “São profissionais tão competentes que um telejornal ao meio dia, seguido de notícias de hora em hora, foi mantido pela nossa coordenadora de jornalismo e três estagiários”, conta.

Sobre a possibilidade de permanência de profissionais na equipe, o diretor preferiu apenas dizer que garantirá os direitos de todos. “Caso estes profissionais não estejam já empregados em outros lugares, tentaremos trazê-los de volta tão logo consigamos reestruturar a TV”, completa, lamentando, entretanto, não poder dar prazos a respeito. Alguns funcionários procurados pela reportagem preferiram não se pronunciar por enquanto.

Em Bagé, onde o apoio é considerado melhor, inclusive por parte do Poder Público, o jornalismo continua. O Jornal da Campanha, que cobre cidades da região como Candiota, Pinheiro Machado e outras, se mantém. Os programas locais Terra Sul, Boa Companhia, Saber Mais e Conexão também não deixarão a grade.

No ano passado, Haubman esteve no Diário Popular e falou sobre os planos de um trabalho mais autônomo, e sobre o fato de não terem renovado o contrato com a Record. Na época, conteúdos com foco no jornalismo e esporte foram anunciados para, gradativamente, se somarem às 11 horas semanais de programação local já exibidas pela emissora, que chega a 20 municípios. Programas de esporte ao vivo com um estúdio em Rio Grande, por exemplo, tiveram apenas algumas edições em 2013.

A história da TV Nativa começou em 1988, quando Haubman iniciou a luta pela concessão. A concorrência pública veio quase dez anos depois, em 1997, mas foi em 2004 que a emissora entrou efetivamente no ar, vencendo cerca de 15 anos de disputas judiciais e lutas no Ministério das Comunicações.

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