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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Leite materno bloqueia transmissão do HIV em cobaias, diz estudo


DE SÃO PAULO 

DA "NEW SCIENTIST"

Uma substância ainda desconhecida e presente no leite materno teria a capacidade de 'matar' o vírus da Aids, sugere pesquisadores norte-americanas.

A amamentação pelo peito é uma das vias mais recorrentes de transmissão do HIV em bebês, que também podem se infectar quando ainda estão no útero da mãe ou durante o parto.

Os riscos do recém-nascido de tomar leite da mãe HIV positivo em um único dia são extremamente baixos. Esse quadro é diferente quando a quantidade e o período são maiores: entre 5% a 20% adquirem o vírus.

Sem uma terapia antiviral, somente 65% das crianças infectadas com HIV sobrevivem até o primeiro ano de vida e menos da metade atinge os dois anos de idade.

Contraditoriamente, estudos anteriores já apontaram para as propriedades antivirais do leite materno. Quando tomado exclusivamente (sem qualquer outro líquido ou comida sólida na dieta do bebê), o leite reduz drasticamente a taxa de transmissão do HIV por leite materno.

A pesquisadora Angela Wahl e colegas, da Universidade da Carolina do Norte, criaram, pela primeira vez, cobaias "humanizadas" para estudar a transmissão oral do HIV em ambientes laboratoriais, o que não tinha sido feito antes.

Ou seja, os roedores receberam tecidos da medula óssea, fígado e timo humanos, tornando-os susceptíveis à infecção. Depois, beberam leite contaminado por HIV.
O resultado é que não ocorreu a transmissão do vírus, como era esperado.

"Mostramos que o leite tem uma habilidade intrínseca de 'matar' o HIV", disse Victor Garcia, que supervisionou o trabalho.

A pergunta que se faz é como, então, alguns bebês teriam contraído HIV de suas mães? A resposta para isso pode ser o contato com o sangue da mãe, a partir de um mamilo com rachaduras criadas durante a amamentação.

A próxima meta dos cientistas é identificar qual é o ingrediente misterioso do leite que combate o vírus HIV e se ele é alterado em diferentes estágios de lactação.
O estudo está disponível na versão on-line do "Plos Pathogens".


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