Fernando Lugo (centro), ex presidente do Paraguai, caminha no Palácio Presidencial antes de ser deposto |
DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
O Brasil condenou neste sábado à noite o impeachment do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, ocorrido nesta sexta-feira (22).
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Em nota, o Itamaraty disse que o "governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai" decidido pelo Senado por 39 votos a quatro.
O embaixador brasileiro em Assunção foi convocado para consultas em Brasília.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, "não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa" ao ex-mandatário da nação. Lugo foi destituído em apenas 30 horas.
O comunicado do ministério diz que "o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional".
Para o Itamaraty, a democracia foi conquistada com esforço e sacrifício pelos países da região e deve ser defendida sem hesitação. "Medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do Mercosul e da Unasul."
REUNIÃO OFICIAL
Os termos do comunicado oficial foram negociados no início da noite deste sábado durante reunião da presidente Dilma Rousseff com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e Edison Lobão (Minas e Energia) e o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
No encontro, ficou decidido que o embaixador do Brasil em Assunção seria convocado a Brasília para consultas. A formalidade da convocação costuma detonar crise ou problema nas relações entre dois países.
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