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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

NÃO SE BATE EM VESPEIRO - CASO do ESPIÃO ASSANGE

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange tem futuro incerto
Equador deu asilo a ele, mas Reino Unido mantém extradição.
Com 40 anos, ele diz estar 'abandonado' por seu país de origem, a Austrália
ASSANGE

Mania de heroísmo  - Uma ''Falsa Vítima'' - tem por aí aos montes...Desde que se entregou à Scotland Yard, em dezembro de 2010, o fundador do WikiLeaks, um site especializado em vazamento de documentos, sempre se apresentou como vítima de "perseguições" em seu combate para "libertar a imprensa" e "desmascarar os segredos e abusos de Estado".

Fato
O governo do Equador anunciou nesta quinta-feira (16) que concedeu asilo diplomático a Julian Assange, fundador do site de vazamentos WikiLeaks, mas o Reino Unido afirmou que o anúncio não muda a decisão de extraditá-lo para a Suécia.

O anúncio foi feito por Ricardo Patiño, chanceler equatoriano, que argumentou que Assange corre riscos de segurança se for extraditado. "O Equador decidiu garantir asilo político a Julian Assange, após o pedido enviado ao presidente", disse Patiño em entrevista em Quito.

Assange, que está refugiado no prédio da embaixada equatoriana em Londres desde junho, disse que o anúncio foi "uma vitória importante".
O australiano de 41 anos é fundador do WikiLeaks, organização responsável pela divulgação de documentos, fotos e informações secretas de governos e empresas.
Ele é investigado pelos Estados Unidos por espionagem, após ter divulgado no site despachos confidenciais do Departamento de Estado, incluindo dados sobre as Guerras do Iraque e do Afeganistão.

O vazamento, ocorrido a partir de 2010 e repercutido pela imprensa de vários países, deixou em situação incômoda o serviço diplomático americano e de outros países.

Assange refugiou-se na Embaixada do Equador, em Londres, no dia 19 de junho.
Ele tenta evitar sua extradição à Suécia, onde é procurado pela Justiça para ser ouvido sobre acusações de agressão sexual e estupro.
Ele teme que a Suécia possa entregá-lo aos Estados Unidos, onde responderia pela divulgação dos documentos oficiais.

Reino Unido 'desapontado'

Pouco após o anúncio equatoriano, o Reino Unido se disse "desapontado" com a decisão e afirmou que pretende levar adiante a decisão de extraditar Assange.

"Sob a legislação britânica, o senhor Assange exauriu todas as suas opções de apelação e as autoridades britânicas têm a obrigação de extraditá-lo para a Suécia. Nós devemos realizar esta obrigação", acrescentou o porta-voz britânico.

O governo britânico falou que continua tentando uma "solução diplomática" para o caso, e o impasse prosseguia.
O chanceler William Hague disse que o Reino Unido não reconhece o asilo diplomático, mas não vai invadir o prédio atrás de Assange.

Saída difícil
Mesmo com o asilo já concedido, Assange tem poucas chances de deixar a embaixada do Equador em Londres sem ser preso.
Há especulações de que ele poderia ir a um aeroporto em carro diplomático, ser "contrabandeado" em uma mala diplomática, ou mesmo ser nomeado diplomata equatoriano para que consiga imunidade. Mas advogados e diplomatas dizem que esses cenários são impraticáveis.

Confronto
Manifestantes pró-Assange e policiais britânicos entraram em confronto nesta quinta em frente ao prédio da Embaixada do Equador em Londres após o governo britânico ter dado a entender que pode entrar no prédio para prender o fundador do WikiLeaks.

Um jornalista da Reuters viu pelo menos três manifestantes sendo levados pela polícia, enquanto os manifestantes cantavam slogans e gritavam: "Vocês estão tentando começar uma guerra com o Equador".
Pelo menos 20 policiais estavam fora da embaixada, tentando controlar um grupo de cerca de 15 manifestantes.


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