Dilma leva Mais Médicos ao palanque no Rio
ITALO NOGUEIRA
A presidente Dilma Rousseff usou o anúncio de investimento em transporte no Rio nessa quarta-feira (11) para defender o programa Mais Médicos e outras ações do governo federal após a série de manifestações de junho.
Com atitudes que lembraram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma falou por 28 minutos de improviso --consultando um pequeno roteiro--, citou áreas nobres do Rio para dizer que o governo federal quer investir em regiões mais pobres e, ao fim, desceu do palanque e foi abraçar o público.
"Governo coopera, não disputa. [...] Colocamos mais um pedaço do Pacto da Mobilidade em pé aqui hoje", disse ela em São Gonçalo, segundo colégio eleitoral no Rio. Ela foi ao município anunciar verbas federais para a construção de um monotrilho que vai ligar a cidade a Niterói.
Dilma usou parte do discurso para defender o programa Mais Médicos, principal aposta no setor de saúde para a disputa eleitoral no ano que vem.
"O interesse da população está acima de qualquer corporação. Eu fui mãe e sei o que é acordar de madrugada com a criança sofrendo de asma", disse ela.
A presidente afirmou que o Brasil tem a menor taxa de médicos formados no exterior entre países como EUA, Canadá e Inglaterra. "Não há justificativa para isso."
Ela reconheceu a necessidade de melhorar também a infraestrutura para o setor. A presidente disse que a destinação de 25% dos royalties do pré-sal pode ajudar.
Dilma defendeu também a reserva de metade das emendas parlamentares para a saúde.
"Acho que essa medida vai beneficiar cidades como São Gonçalo, Nova Iguaçu...Sabe onde falta médico? Em Ipanema não falta, nem no Leblon", disse ela, em referência às áreas nobres da capital.
O Mais Médicos foi defendido até pelo ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), cuja pasta não tem relação com o programa.
"Temos sorte de ter uma presidente de coragem para enfrentar esse problema", disse.
O investimento no monotrilho foi um pedido feito por Cabral em junho, quando a presidente recebeu governadores logo após as manifestações. O governo federal vai investir R$ 2,57 bilhões na obra, que terá 22 km e atenderá a cerca de 350 mil passageiros.
Ela chegou a alfinetar o sistema de transporte de São Paulo, Estado governado pelo PSDB, por duas vezes.
"A maior cidade do Brasil proporcionalmente não tem essa quantidade de quilômetros que terá essa região", disse ela.
Em outro momento, criticou a dependência do transporte público em ônibus de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
RIO
Em clima de campanha, ela elogiou ainda o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB). Chamou o peemedebista de "parceiro estratégico para as obras" e elogiou o governo.
"Aqui vigora a melhor concepção de transporte público urbano. Vou lembrar algo que ninguém citou aqui que é o Bilhete Único. É importante esse link entre diferentes modais", disse ela.
O setor de transporte é o principal alvo no governo Cabral das críticas do senador Lindbergh Farias (PT) que tenta apoio da sigla para lançar sua candidatura. Ele não estava presente ao evento.