Cooperativa dedicada a ressocializar presos ofereceu R$ 508,50 para ex-ministro administrar a fabricação de artefatos de concreto; hotel ia pagar R$ 20 mil
Brasília - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu recebeu nesta quinta-feira, 5, mais uma oferta de emprego, depois de desistir do cargo de gerente no hotel Saint Peter. A cooperativa Sonho de Liberdade, uma entidade sem fins lucrativos que se dedica a ressocializar detentos, apresentou ao Supremo Tribunal Federal um documento informando que aceita contratar Dirceu.
O salário equivale a 75% do salário mínimo, valor que hoje seria de R$ 508,50. O valor é 39 vezes menor que os R$ 20 mil oferecidos pelo hotel Saint Peter, onde o ex-ministro trabalharia como gerente administrativo.
Dirceu afirmou nesta quinta-feira ser vítima de um "linchamento midiático" e argumentou que desistiu da oferta do Saint Peter para "diminuir o sofrimento dos empresários que fizeram a oferta e dos funcionários que trabalham no grupo".
A desistência ocorrei depois que o Jornal Nacional, da Rede Globo, revelou que a empresa que administra o hotel estava em nome de um laranja.
Se aceitar a proposta da cooperativa Sonho de Liberdade, Dirceu vai desempenhar a função de administrador do setor de fabricação de artefatos de concreto. Na entidade, os presos produzem, ainda, itens de madeira e bolas de futebol.
A oferta da cooperativa também se estendeu a Delúbio Soares, para trabalho na marcenaria tendo salário igual ao de Dirceu, e a Jose Genoino, que produziria bolas de futebol recebendo R$ 5 por unidade.