Texto
Esse ditado é repetido em vários países, em vários idiomas: “Who pardons the bad, injuries the good” na Inglaterra e nos Estados Unidos.
“Chi perdona ai cattivi, nuoce ai buoni” na Itália;
“Qui épagne le vice, fait tort à la vertu” na França;
“Ofensa hace a los buenos el que a los malos perdona” na Espanha.
Em nosso bom português é “Ofende os bons quem poupa (ou protege) os maus”.
Veja quanta verdade está inserida neste ditado!
Quando somos complacentes com quem não é bom, estamos, na verdade, ofendendo os que são verdadeiramente bons.
Veja na empresa. Quando protegemos funcionários que não são comprometidos, que não buscam ser competentes, que não atendem bem, que não participam de nossa visão e nossas crenças, estamos, na verdade, punindo os bons, aqueles que são comprometidos, que são competentes, que atendem bem, que compartilham de nossa visão e nossas crenças. É ou não verdade?
Quando um chefe vê um erro ou um trabalho mal feito e não chama a atenção do subordinado, está na verdade ofendendo quem faz bem feito e luta para se aperfeiçoar todos os dias.
Quando um funcionário atende mal a um cliente e não é chamado a atenção ou punido pelo seu chefe, esse chefe está na verdade, indiretamente, punindo quem faz todo o esforço para atender bem os clientes.
E nada é mais desmotivador para um funcionário do que a injustiça de ver pessoas erradas sendo tratadas da mesma forma que pessoas certas. Nada é mais desmotivador do que vermos pessoas desonestas sendo tratadas da mesma forma que as honestas. Nada é mais desmotivador do que a injustiça e a impunidade.
Da mesma forma é com os clientes. Ofende os bons clientes, a empresa que não faz diferença entre os bons e os maus e trata os maus da mesma forma que os bons. Clientes que não pagam em dia, que não seguem as instruções de uso de nossos produtos, não podem ser tratados da mesma forma que os que são realmente comprometidos com o nosso sucesso como empresa.
Um dos grandes problemas do Brasil, dizem os jornais e revistas, é a impunidade. Quem faz o certo sente-se injuriado ao ver a impunidade. Assim, os que pagam seus impostos em dia são zombados pelos que não pagam, na certeza de uma anistia fiscal. Os que chegam aos compromissos no horário marcado sentem-se tolos, ao verem que o horário respeitado é o dos que chegam meia hora atrasado. Os organizadores do evento ainda têm a petulância de dizer: “Vamos demorar mais meia horinha (sic) para começar porque muitos convidados ainda não chegaram...”. Quem respeita as leis do trânsito fica revoltado ao ver os que desrespeitam o fazerem na frente de um policial, e nada acontecer. Isso sem falar nos corruptos soltos. Nos traficantes soltos. Nos pichadores do patrimônio histórico que são elogiados como “grafiteiros”, etc.
Anestesiado por tanta impunidade, como se sente o brasileiro?
Lembre-se: “Ofende os bons, quem poupa os maus”.
Faça um exame de consciência e veja se você também não está cometendo essa injustiça.