Facebook faz 10 anos nesta terça-feira
Uma empresa que há dez anos não existia tem hoje 1,23 bilhão de usuários. Surpreendente, especialmente se lembrarmos que a rede criada por Mark Zuckerberg, que comemora nesta terça-feira sua primeira década, nasceu 'exclusiva', para uma elite de uma universidade americana. Povoado por jovens em seus primeiros anos, o site tem cada vez mais adultos. Há até quem diga que a rede vai desaparecer por completo em alguns anos. Mas, qualquer previsão é difícil, como era difícil imaginar que a plataforma que nascia há dez anos teria, em 2013, um lucro de US$ 1,5 bilhão, e todo ele calcado na vigilância intensa de seus usuários _ gente que parece ter crise de abstinência se não rolar a tela do celular na sala de espera de um consultório e que precisa compartilhar compulsivamente cada momento de sua vida (sim, isso inclui o que está prestes a comer) com seus 'amigos'.
Pew Internet Research acaba de publicar estudo feito no final de 2013.
Em resumo:
1. A saturação com as publicações próprias e de seus amigos e o aborrecimento por ter sido marcado em publicações sem autorização encabeçam a lista das coisas que mais desagradam aos usuários da plataforma;
2. Mulheres e homens têm razões diferentes para utilizar a rede, mas ambos gostam de compartilhar fotos e vídeos de amigos e conteúdo humorístico;
3. A metade dos usuários adultos tem mais de 200 amigos;
4. Usuários 'curtem' bastante as publicações dos amigos, mas não atualizam seus perfis com a mesma frequência.
'Saímos do Facebook'
Sobre a força da rede social na mobilização de protestos sociais, Eliseu Barreira Junior, coordenador de Comunicação e Conteúdo do Scup, diz que, inegavelmente, o Facebook ajudou a catalisar diferentes movimentos, como a Primavera Árabe, o Occupy Wall Street e as manifestações brasileiras. "Sem a rede social, provavelmente esses acontecimentos seriam menos conhecidos, a mobilização popular seria menor e só poderíamos contar com os relatos da imprensa ou do governo".
Mas não fez isso sozinho:
_ Esses protestos não chegam às ruas se não houver na sociedade a disposição para o engajamento em torno de determinadas mensagens e acontecimentos. O sociólogo espanhol Manuel Castells disse, certa vez, que não basta um manifesto no Facebook para mobilizar milhares de pessoas. A mobilização depende do nível de descontetamento popular e da capacidade de disseminação de imagens e palavras pelos líderes dos movimentos. Obviamente, no mundo digital, ferramentas como o Facebook ajudam a dar vazão a isso. Elas oferecem um canal de comunicação gratuito e escalável para quem tem acesso à internet. Aliadas aos desejos do povo, se tornam armas poderosíssimas contra qualquer tipo de injustiça. Com a ajuda das redes sociais, podemos lutar por um mundo mais aberto, horizontal e conectado. Essa foi uma das principais conquistas que presenciamos nos últimos dez anos.
