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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Magistério RS - Orçamento não comporta aumento

Cpers criticou decisão do Piratini de enviar o projeto
Palácio Piratini vai protocolar nesta terça-feira, na Assembleia, o projeto de lei que prevê reajuste de 23,5% ao magistério em três parcelas (9,84% em maio, 6,08% em novembro e 6% em fevereiro de 2013). Para começar o ano letivo com o reajuste aprovado, o governo pedirá que a proposta seja votada em regime de urgência, o que significa apreciação em 30 dias, sem passar pelas comissões.Com a proposta, a média salarial do magistério, que hoje é de R$ 2.460, passaria para R$ 3.476 em fevereiro, para uma jornada de 40 horas semanais. Pelos dados da Secretaria da Educação, 88% dos professores estão nos níveis 5 e 6. 

A Secretaria da Educação responde por 30% dos gastos com pessoal do Estado.Porém, na semana passada, o Cpers aprovou uma contraproposta pela qual o magistério chegaria ao final do ano recebendo salário básico de R$ 1.187. O sindicato quer 19% em maio, 14% em agosto e 10,64% em novembro. Os secretários descartaram a possibilidade de conceder esse reajuste: — O orçamento deste ano prevê R$ 500 milhões para o reajuste do magistério. O que o Cpers propõe eleva essa conta para R$ 2 bilhões. 

Essa proposta não cabe no orçamento — disse o secretário do Planejamento, João Motta.Como o governo federal ainda não definiu qual é o valor do piso válido para 2012, a expectativa do secretariado de Tarso é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) venha a ser reconhecido como indexador — em torno de 6%. O raciocínio é que, se fossem os 22% do Fundeb, que elevariam o piso de R$ 1.187 para R$ 1.450, o MEC já teria anunciado o novo valor.


Em entrevista na tarde de segunda-feira, o secretário do Planejamento, a chefe interina da Casa Civil, Mari Perusso, e a secretária adjunta da Educação, Maria Eulália do Nascimento, anunciaram que o projeto será encaminhado à Assembleia para que os deputados discutam a proposta do governo. O Piratini afirma que não recebeu, até agora, manifestação oficial do Cpers rejeitando a oferta.
Os secretários informaram que existe uma mobilização de governadores de diferentes Estados para alterar a regra de correção do piso e estabelecer o INPC como referência.

Cpers criticou decisão do Piratini de enviar o projeto

Na entrevista, Maria Eulália confirmou que as mudanças no Ensino Médio serão implementadas a partir do início do ano letivo. De hoje até quinta-feira, mais de mil diretores de escola estarão reunidos no City Hotel, recebendo as diretrizes para as mudanças.

A presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, criticou a decisão do Piratini. Ela diz que a categoria defende a elaboração de um calendário de pagamento do piso, nos moldes de sua contraproposta:

— É a primeira vez na história que se envia um projeto à Assembleia sem dar a possibilidade de debate à categoria — afirma Rejane.

Nos dias 12, 13 e 14 de março, o Cpers promete aderir à paralisação nacional “em defesa do piso e de um calendário de pagamento”.

O impasse

O QUE O PIRATINI OFERECE:

— 9,84% em maio
— 6,08% em novembro
— 6% em fevereiro de 2013

O QUE O CPERS QUER:

— 19% em maio
— 14% em agosto
— 10,64% em novembro


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