A estiagem que atinge vários municípios da Metade Sul pode estar com os dias contados a partir da confirmação, nesta segunda-feira (2) pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (Noaa) dos Estados Unidos, de que o El Niño está de volta. O fenômeno costuma ser responsável por provocar chuvas em excesso na parte Sul do Brasil. Dados de monitoramento revelaram que a anomalia positiva de temperatura da superfície do mar na região central do Pacífico Equatorial acaba de atingir os valores característicos do El Niño.
De acordo com a MetSul, o mapa global de anomalia de temperatura da superfície do mar registrado dia 26 de junho exibiu a “língua” característica do fenômeno, de águas mais quentes que a média, estendendo-se do Pacífico Leste ao Pacífico Central na região equatorial.
A anomalia de temperatura da superfície do mar na chamada região Niño 3.4 (Pacífico Central) atingiu +0,7ºC, além do patamar mínimo de +0,5ºC para definição de condições oceânicas de El Niño, confirmando a expectativa da MetSul de uma condição iminente de fase quente no Pacífico. Para que haja, porém, a caracterização de episódio, tais condições devem permanecer durante os próximos meses, o que se espera ocorra.
Semestre
Modelos climáticos analisados pela MetSul sinalizam condições para o El Niño retornar no decorrer do segundo semestre. A grande questão pendente é qual vai ser a intensidade. A maioria dos modelos projeta um evento fraco, mas a MetSul não afasta um episódio de intensidade moderada, tal como se deu em 2009/2010. Com a Oscilação Decadal do Pacífico (PDO) negativa há 24 meses seguidos, a maior propensão seria para um evento fraco, contudo a fase negativa da PDO não foi fator impeditivo para o Niño moderado de 2009/2010.
Chuva bem-vinda
Na região, onde o déficit hídrico do ano ainda é grande, a chuva registrada a partir no final da sexta-feira foi comemorada. Conforme a Atmosfera Meteorologia, foram registrados 101,6 milímetros em Canguçu, entre as 18h de sexta-feira e o meio-dia de sábado (dados da estação meteorológica do Inmet).
Todo o primeiro semestre em Pelotas, entretanto, foi de chuva abaixo da média, situação que já vinha sendo registrada desde o final de 2011. Dados da Embrapa Clima Temperado mostram que em janeiro choveram 80,2 milímetros, em fevereiro 169,6, em março 74,1, em abril 47,2 e em maio 14,1.
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