Magistrado se aposenta na próxima segunda-feira (19): "Saio honrado", disse
Ayres Britto: 'Judiciário não tem remuneração à altura do seu papel' |
Jornal do Brasil
Luiz Orlando Carneiro
Ao se despedir da presidência do Conselho Nacional de Justiça, ao fim da sessão plenária de terça-feira (13), o ministro Ayres Britto afirmou que no Judiciário “é inconcebível a desordem”, e deu um recado ao Executivo e ao Legislativo ao dizer que este Poder da República “não é tratado remuneratoriamente à altura da superlatividade do seu papel”.
Emocionado, o também presidente do Supremo Tribunal Federal – que se aposenta aos 70 anos no próximo dia 19 – concluiu assim suas palavras de agradecimento às saudações de despedida recebidas dos integrantes do CNJ, dos representantes do Ministério Público e dos advogados:
“Saio honrado com essa chance que a vida me deu de servir ao meu país. Eu me recuso a ser ácaro de processo civil, traça de gabinete. O mundo exige do direito uma resposta compatível com os novos tempos. Fazer justiça material".
CNJ
Com relação ao CNJ, Ayres Britto destacou que o órgão de controle externo do Judiciário “não é problema, é solução, é conteúdo”. Ele comentou ainda que o Judiciário, dentre os poderes, “é o mais cobrado, o menos perdoado, o mais sacrificado; não pode fazer greve, e não tem hora extraordinária nem cargo comissionado”.
O presidente do STF e do CNJ acha que o novo Judiciário “está quebrando paradigmas ultrapassados, e estamos enterrando ideias mortas e transformando o país, na linha de frente dos acontecimentos republicanos”. Ele citou, nesse sentido, decisões dos últimos anos, como a que autorizou as pesquisas com células-tronco, a que declarou a inconstitucionalidade da Lei de Imprensa e a que acabou com o nepotismo nos tribunais.
Não perca a hora : pelotasdeportasabertas@hotmail.com