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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Senado aprova medida que autoriza médicos militares a atuarem no SUS

Saúde pública

Atualmente, Exército, Marinha e Aeronáutica contam com 3.800 médicos, sendo 2.600 de carreira e outros 1.200 temporários

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade e em dois turnos, emenda constitucional que permite que médicos militares possam acumular funções na iniciativa privada e em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a compatibilidade de horários. Atualmente a legislação não permite que militares trabalhem em serviços públicos de saúde ou em entidades civis particulares. 
 
Ministro da Saúde Alexandre Padilha
Apesar de ter sido apresentada em 2011 pelo então senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), a proposta teve a votação acelerada após detectado o fracasso do programa Mais Médicos. Balanço do Ministério da Saúde aponta que apenas 6% das vagas oferecidas no programa Mais Médicos foram preenchidas por brasileiros. Entre os candidatos estrangeiros houve apenas 1.900 inscrições. A ideia do governo é que médicos do Exército, Marinha e Aeronáutica possam reforçar o atendimento na rede pública de saúde, diminuindo a carência de atendimento.

Impacto superestimado — Os impactos da medida aprovada no plenário do Senado são controversos. Apesar de o relator, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), ter projetado que a autorização para a dupla função de médicos das Forças Armadas permitirá que os profissionais atuem em áreas carentes ou de fronteira, de acordo com o Ministério da Defesa a maior parte dos médicos está concentrada nas capitais, onde ficam instalados os grandes hospitais militares. Uma parcela menor está em pelotões de fronteira e em pequenas cidades com organizações militares.

Atualmente, Exército, Marinha e Aeronáutica contam com 3.800 médicos, sendo 2.600 de carreira e outros 1.200 temporários, que podem atuar por até oito anos mesmo sem vínculo militar.

"Essa é mais uma estratégia para levar mais médicos para as cidades nas quais não temos profissionais e também às cidades que têm médicos militares. Eles podem atender a população nos fins de semana e em horários de plantão", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Para ele, como em algumas situações a carga do médico militar chega a 20 horas semanais, ele poderia mesmo durante a semana atender em um posto de saúde ou em Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

"Essa é uma medida muito importante para as regiões de fronteira, na Amazônia, no interior, nas áreas que temos batalhões das três Forças Armadas", afirmou o ministro.

Em plenário, o relator da proposta de emenda constitucional, Eduardo Lopes, disse que o contingente de médicos militares pode ser ainda maior: 3.500 médicos de carreira e outros 3.000 temporários. "É uma mão-de-obra que está aí sem poder ser utilizada", afirmou.

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