Cuba prende mais de 50 integrantes do grupo Damas de Branco
Mais de 50 ativistas do grupo de direitos humanos Damas de Branco foram presas neste domingo em Cuba, incluindo a porta-voz da organização, Berta Soler.
Segundo a correspondente da BBC em Cuba, Sarah Rainsford, as ativistas foram presas durante uma marcha silenciosa rumo a uma igreja de Havana, onde pretendiam se manifestar pedindo a libertação de presos políticos.
Membros do grupo Damas de Branco disseram que a pressão das autoridades cubanas aumentou às vésperas da visita do papa Bento 16 à ilha comunista.
O atual chefe da Igreja Católica fará sua primeira visita como papa à ilha na próxima semana. Segundo o Vaticano, Bento 16 não deve se encontrar com dissidentes do regime.
Formado há nove anos por esposas de presos políticos, o grupo Damas de Branco já foi reprimido em várias ocasiões pelo governo cubano, que acusa as suas integrantes de serem mercenárias pagas pelo governo dos Estados Unidos.
Igreja Católica
A visita de Bento 16 tem criado expectativas na ilha. Nos últimos dois anos, autoridades católicas vem mediando negociações para a libertação de vários presos políticos no país.
Na última quinta-feira, 13 dissidentes que ocupavam uma igreja foram presos pela polícia.
Após décadas de repressão a grupos religiosos em Cuba, o regime comunista, declaradamente ateu, estreitou as relações com a Igreja Católica desde a visita do papa João Paulo 2º ao país, em 1998.
Além de mediar conversações para a libertação de prisioneiros, a Igreja Católica também tenta expandir sua influência entre os cubanos.
Segundo pesquisa citada pela Associated Press, menos de 10% dos cubanos se consideram católicos praticantes.
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