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sexta-feira, 20 de julho de 2012

ANTÁRTIDA ''IN FEST'' !!! Motivo do incêndio na Base


Base da Antártida estava em festa quando fogo começou
Como o alarme não disparou quando teve início o incêndio, os encarregados pelo inquérito suspeitavam que o sistema pode ter sido desligado por ordem do comando da base com o objetivo de não atrapalhar o evento

Incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártica (Portal informadorchile.com)

No momento em que a base brasileira na Antártida começou a ser destruída por um incêndio, na madrugada de 25 de fevereiro, funcionários militares e civis da Marinha e cientistas de universidades brasileiras participavam de uma festa chamada Baile da Terceira Idade, na qual houve consumo de bebidas alcoólicas.

Mantida em sigilo tanto pela Marinha quanto pelo grupo de 31 cientistas que estavam na base Comandante Ferraz, a realização da festa, com bebidas como cerveja e vinho, foi investigada pelo inquérito policial militar (IPM) aberto no dia do desastre para apurar causas e responsáveis. Como o alarme não disparou quando o incêndio começou, os encarregados pelo inquérito suspeitavam que o sistema pode ter sido desligado por ordem do comando da base. O objetivo seria não atrapalhar a festa. Na pista de dança há um mecanismo que espalha fumaça de gelo seco, como em uma boate. Os sensores são sensíveis e poderiam disparar, anunciando um falso incêndio.

Os cientistas não souberam responder nos depoimentos se os sensores foram desligados ou não, já que a decisão, se tomada, seria de atribuição militar. Alguns deles alegaram que sequer sabiam da localização do dispositivo que os desativava.

O IPM foi concluído e encaminhado em 15 de maio à 11ª Circunscrição Judiciária Militar, "classificado como sigiloso, em atendimento ao Artigo16 do Código de Processo Penal Militar", de acordo com comunicado divulgado pela Marinha. As perguntas encaminhadas à Marinha pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre as conclusões e a realização da festa não foram respondidas. 

Indenizações - Cientistas que escaparam do incêndio divulgaram um manifesto com reclamações sobre o fato de não terem sido indenizados pelo governo federal por perdas sofridas no desastre. Nele, dizem que sequer são atendidos quando buscam informações nos órgãos governamentais.

O documento é assinado por 30 dos 31 pesquisadores que estavam na Antártida em 25 de fevereiro. Só não o assinou a cientista Therezinha Absher (UFPR), por estar fora do Brasil.

Os outros quatro pesquisadores da universidade paranaense endossaram o manifesto, assim como profissionais de universidades e instituições do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Uma delas é a cientista espanhola Begoña Jimenez Luque, que perdeu os documentos no incêndio.

Além de passaportes, os cientistas perderam roupas, dinheiro, computadores, aparelhos eletrônicos e amplo material de pesquisas – algumas delas, com patrocínio internacional, avaliadas em milhares de dólares.

"Ressaltamos que em nenhum momento os órgãos responsáveis entraram em contato conosco para solicitar informações sobre perdas pessoais durante o incêndio e todo o atendimento realizado se limitou ao resgate e transporte para o Brasil", afirmam os pesquisadores no manifesto. "Nenhum contato posterior foi realizado e contatos feitos por nós não foram respondidos".

O pagamento de indenizações foi anunciado por representantes do governo na Patagônia chilena, entre eles o contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, enviado do governo para auxiliar os sobreviventes. Ele chegou a falar em 10 000 reais de indenização para cada um. Em pronunciamentos públicos, o ministro da Defesa, Celso Amorim, também falou em ressarcimento, sem estimar valores.

"As informações divulgadas na imprensa não foram contestadas pelos órgãos envolvidos nem sequer fomos consultados em relação às perdas que tivemos", informa o texto escrito pelos cientistas. "A divulgação de tais informações serviu para que os pesquisadores se sentissem confiantes".

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a Marinha alegou que as indenizações deveriam ser pagas pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, que negou ter responsabilidade no caso: "Não cabe a esta pasta ações indenizatórias".

(Com Agência Estado) 

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