'Carne de Onça' une gastronomia de diversos países no mesmo petisco
Prato típico dos bares de Curitiba deve atrair atenção dos turistas na Copa.
Origem do nome do prato é cercada de lendas urbanas na cidade.
Servida há pelo menos 50 anos nos botecos e restaurantes de Curitiba, a tradicional “Carne de Onça” deve ser o petisco campeão de vendas aos turistas que passarão pela cidade durante outra competição – a Copa do Mundo. As receitas da iguaria variam entre chefs e estabelecimentos, de forma que a única unanimidade referente ao prato é a garantia de que a carne servida crua não é do felino em extinção, mas bovina.
A origem do nome é cercada de lendas urbanas, que vão dos boatos sobre a matança de onças até mera brincadeira entre torcedores de times rivais. A mais recorrente delas, e talvez a mais compreensível, é a que atribui o nome ao “bafo de onça” que os consumidores ostentam após consumirem o prato – fortemente carregado na cebola e no alho. Mas se aparentemente essa característica pode afastar alguns estômagos mais sensíveis, outras peculiaridades jogam a favor do time da Carne de Onça.
Em época de encontro de nações no Brasil, a Carne de Onça simboliza, como poucos pratos, a mistura entre gastronomias de diversos países. Dependendo da forma como é preparada, a receita pode lembrar o Hackepeter, para os alemães; o Steak Tartare, para os franceses; ou ainda o tradicional quibe cru, para quem preza pela gastronomia do mundo árabe. Nos botecos de Curitiba, as tendências ficam por conta da criatividade dos chefs, embora boa parte dos ingredientes seja utilizada de comum acordo.
Na Mercearia Fantinato, premiada diversas vezes como a “Melhor Carne de Onça de Curitiba”, o responsável pelo preparo é o garçom Diogo Ramiro. Ele conta que, em média, serve mais de 30 porções da Carne de Onça por noite de trabalho. “Como é um preparo rápido, eu monto o prato na própria mesa do cliente”, explica. Este método de trabalho também serve para dosar a quantidade de condimentos de acordo com o gosto daquele que tem sempre razão – o freguês.
“Tem cliente que prefere sem alho, ou com menos cebola. Tem gente que pede para tirar tanta coisa, que quase fica só a carne”, conta Diogo, que há dez anos serve o prato. E é justamente esse caráter democrático, além da rápida execução, que fazem da Carne de Onça uma opção em potencial para acompanhar as partidas da Copa - seja no bar, ou mesmo no conforto de casa.
Aprenda a fazer a receita:
Ingredientes:
- 100g de patinho
- Meia dose de conhaque
- Uma colher de sopa de alho picado
- Três colheres de sopa de cebola cortada em pequenos pedaços
- Oito colheres de sopa de cebolinha picada
- Sal, páprica doce, azeite de oliva e pimenta calabresa à gosto
Modo de fazer:
Em um prato, bata e espalhe a carne com auxílio de duas colheres de sopa. Espalhe o conhaque sobre a carne, para temperar e amolecer. Tempere com quantidades moderadas de sal, páprica doce e pimenta calabresa – sem misturar. Coloque o alho e a cebola, espalhe sobre a superfície, e acrescente três colheres de cebolinha. Cubra a porção, pelo menos uma vez, com azeite de oliva. Agora misture bem todos os ingredientes, para espalhar o tempero por toda a porção. Após a mistura, ajeite a carne no prato como preferir, e cubra com o restante da cebola para decorar a Carne de Onça – que está pronta.
A dica de Diogo é servir a Carne de Onça com broas pretas, manteiga, e mostarda escura. Para acompanhar, sem dúvidas, cerveja bem gelada.