Vendas da Peugeot caem 25% na Argentina e 10% no Brasil
"Tivemos um ano de 2013 excelente para as exportações, que não vamos conseguir repetir pela situação econômica da Argentina e pela dificuldades comerciais do país com o Brasil", afirmou o executivo, durante palestra no seminário Mercosul: Cenário Atual e Futuro do Bloco, promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo ele, o volume de vendas para os países do bloco latino-americano superaram os US$ 125 milhões no último ano, razão pela qual a companhia foi premiada como a principal exportadora do Rio de Janeiro para os países membros do Mercosul. Naquele ano, após os lançamentos de novos modelos, as vendas da companhia para a Argentina representaram 40% do total produzido.
Apesar do recorde obtido em 2013, o cenário atual é de preocupação. "Há uma queda acentuada no mercado argentino. Já caiu 25% para a Argentina, e as perspectivas não são boas. Há dificuldade em prever o que vai acontecer", completou o diretor financeiro do grupo, Rodrigo Junqueira. "Com sorte, vamos repetir os resultados de 2012. Nossa preocupação com a saúde do Mercosul é grande. Ele é muito importante para nós", afirmou.
De acordo com o executivo, no País, as vendas caíram 10% no primeiro semestre, mas há esperança de uma melhora na segunda metade do ano com a prorrogação do IPI reduzido. "Temos um grau maior de dificuldade de previsão, é um ano atípico", afirmou Lucenet, em referência à realização da Copa do Mundo e das eleições no Brasil.
Na avaliação de Rodrigo Junqueira, o calendário eleitoral dificulta prever resultados. "É difícil ter bola de cristal. Este ano, pela primeira vez o cenário é diferente. Nas últimas eleições, havia preocupação com a piora para a economia. Dessa vez, a expectativa é de melhoria depois das eleições, independente do resultado."
Os executivos, entretanto, demonstraram dúvidas quanto ao avanço das relações comerciais entre os países do Mercosul. "Buscamos intercâmbio nas vendas de carros e motores com a Argentina, e isso depende do pleno funcionamento do Mercosul. Na Europa, a evolução das regras (de integração) é mais clara. Aqui, falta uma visão de longo prazo sobre aonde querem chegar em dez anos", criticou Lucenet.