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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Pedagoga dá dicas sobre como abordar greve com crianças


Por: Melina Leite
melina@diariopopular.com.br

Professora Luísa Silveira possui 40 anos de experiência
A professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Luísa Helena Silveira dá algumas dicas aos pais sobre como tratar o assunto da greve do magistério com as crianças. Apesar de saber da legitimidade da paralisação, os pais, muitas vezes, têm dúvidas de como lidar com a situação. Outro ponto é como estimular as crianças e o que fazer para que elas não fiquem ociosas em casa. A pedagoga participaria de um bate-papo com os leitores do site, mas devido a problemas técnicos o chat não pode ser realizado. 

A professora Luísa possui 40 anos de magistério. É formada em pedagogia, especialista em educação e responsável pelas disciplinas referentes à educação infantil na UCPel. Além disso, já atuou no magistério estadual nos ensinos fundamental e médio na formação de professores.

Como abordar a greve
Conforme a professora, os pais devem informar que é um movimento legítimo dos professores, que eles historicamente tem problemas de defasagem de salário e embora os educadores tenham claro que os alunos terão alguns prejuízos, eles encontram na greve uma das únicas alternativas para reivindicar o que tem direito: salário justo e melhores condições de trabalho. Se os pais conseguirem que as crianças entendam isso, quando a paralisação terminar, os pequenos voltarão animados e, no caso dos professores, caso consigam ter as reivindicações atendidas, vão estar felizes, empolgados e intensificando esforços para compensar as perdas. 

Com os baixinhos em casa, surge a dúvida: e agora, o que fazer? A professora explica que é importante que a criança não deixe de brincar, especialmente com brinquedos educativos. Além disso, exercícios físicos são importantes. "Tem que caminhar, andar de bicicleta, atividades em que se movimentem até pra evitar a obesidade, é importante gastar energia para não ter consequências como diabetes e outras enfermidades". 

Outra dica importante da professara: a criança não deve ficar isolada. Ela precisa interagir com grupos da sua idade. Os pais podem organizar atividades, trabalhar o que já foi visto na escola, recuperar o material que estudaram. Tem que haver leitura e interpretação, não apenas atividades passivas como o vídeo-game. Quando se tratar de crianças maiores, estimular a leitura de jornais, revistas, análise de filmes também são recomendados. 

É importante ressaltar que a criança não deve permanecer por muitas horas em frente à televisão assistindo filmes e até novelas, porque elas ficam passivas, só recebendo conteúdo e não há interação, nem discussão e análise. Os pequenos ficam sujeitos a todo tipo de ideologia e ao apelo consumista.

Pais fora de casa
Quando os responsáveis trabalham é importante que haja um acompanhamento de um adulto, nem que seja um revesamento entre pais para grupos maiores, para que os estudantes possam brincar na rua, frenquentar praças, museus, bibliotecas e outros espaços. Os pais precisam participar das atividades dos filhos, não deixando-os a mercê de qualquer conteúdo.

Conforme a pedagoga, crianças que assistem muitas novelas, filmes e jornais podem apresentar mudança de comportamento. Às vezes as crianças se utilizam de violência para chamar a atenção para situações que estão vivendo com a família. Quando se sente abandonada, rejeitada, a tendência é a reprodução desse tipo de situação. Por isso, a criança deve ser exposta a um ambiente saudável.

6 dicas aos pais para enfrentar o período da greve
- Brincar com a criança;
- Ler e estimular a leitura nas já alfabetizadas;
- Proporcionar a interação com outras crianças;
- Estimular os jogos educativos, que desenvolvem habilidades psicomotoras, como quebra-cabeças e jogos de montar;
- Explorar outros espaços como praças, parques, museus e bibliotecas;
- Cuidar com o excesso de exposição a computadores, jogos passivos e televisão.


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