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quinta-feira, 26 de abril de 2012

PONTO "G" - Cientistas divergem sobre pesquisa


Sozinha, a mulher deve explorar seu corpo
e descobrir como e onde sente mais prazer

A existência do ponto G é bastante controversa. Desde que foi descrito pela primeira vez, em 1950, sua descoberta é anunciada e negada por médicos e cientistas constantemente. O mais recente anúncio sobre o assunto vem dos EUA. O ginecologista Adam Ostrzenski, diretor do Instituto de Ginecologia de São Petersburgo, nos EUA, afirma ter encontrado o ponto G após sete horas de dissecção. Seu estudo foi publicado na mais recente edição do Journal of Sexual Medicine.

Mas diversos especialistas duvidam da afirmação de Ostrzenski, alegando que seu estudo é rico em especulações e tem potencial para conquistar manchetes na imprensa, mas é pobre em pesquisa científica comprovada.


Ostrzenski diz ter encontrado o ponto G...
em uma dissecção vaginal feita camada por camada no cadáver de uma mulher de 83 anos de idade, que morreu em decorrência de um traumatismo craniano.

Parte da controvérsia sobre a existência ou não do tal ponto é que, diferentemente do clitóris, o ponto G nunca foi visto ou sentido como uma estrutura distinta no corpo da mulher. Embora muitas mulheres afirmem sentir um prazer intenso quando têm a parte frontal da vagina estimulada, nunca se pôde descrever a localização exata ou o tamanho e aparência do ponto G.

Ostrzenski afirma que a estrutura descoberta no estudo tem três partes distintas, e aparência azulada, semelhante a uma uva. Ele pretende realizar investigações como esta em corpos de mulheres de diversas idades, para tentar reproduzir a descoberta que foi feita no cadáver da mulher de 83 anos. Se encontrarem a estrutura, ele acredita que sua descoberta “poderá mudar absolutamente a visão de como o orgasmo acontece; vai mudar a compreensão do sexo, e poderá ajudar no tratamento dos problemas sexuais”.

Mas o estudo de Ostrzenski tem recebido críticas. Barry Komisaruk, neurocientista comportamental, professor do departamento de psicologia e reitor da Rutgers University, em coautoria com Beverly Whipple, também da Rutgers, e Emmanuele Jannini, da Universidade italiana de Áquila, disseram em comentário enviado ao Journal of Sexual Medicine que o autor do estudo chegou a conclusões a partir de uma única amostra de tecido, sem realizar testes científicos adequados. Em vez de ter encontrado o ponto G, Ostrzenski pode ter encontrado o sintoma de uma doença, como um tumor.

Os pesquisadores dizem também que “faltaram análises microscópicas para determinar se o tecido é glandular ou erétil, se o vaso que foi encontrado é um vaso sanguíneo ou um duto secretor, se tem enervação e se é um tecido normal ou com alguma doença”.

“Acreditamos que a alegação do autor, de ter descoberto o ponto G, não cumpre critérios científicos fundamentais”, escreveram ao Journal of Sexual Medicine.

Os pesquisadores dizem que, para o estudo ser levado a sério, deveria ter “análises microscópicas e químicas de dissecções de mulheres de várias idades. E não apenas dissecções de cadáveres, mas observações desta região do corpo ainda em vida, utilizando exames de imagem modernos e outros métodos”.

Ostrzenski diz que ele só pode especular o motivo pelo qual ninguém fez esta descoberta antes dele. “A localização do ponto G é muito profunda, e talvez seja esta a razão”, diz. “Outro possível motivo é que a vagina tem camadas separadas, e normalmente as cirurgias são feitas apenas na camada superior”.

Além de seu próprio estudo, Ostrzenski diz que descobertas genéticas, estudos da atividade elétrica vaginal e séculos de descrições feitas por mulheres confirmam a existência do ponto G. 


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