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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Repensando o Pensador e os R$170 mil


Após polêmica, Pensador decide não cobrar para participar de feira do livro

Músico promete honrar compromisso e será patrono em Bento Gonçalves.
Show de encerramento e distribuição de 2 mil livros foram cancelados.

O músico e escritor Gabriel o Pensador concedeu entrevista coletiva no final da tarde desta terça-feira (24) em um hotel de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, e colocou um ponto final na polêmica envolvendo o cachê de R$ 170 mil que receberia para participar da Feira do Livro do município, que ocorre de 9 a 20 de maio na Praça Centenário. O artista anunciou que não cobrará um centavo para ser o patrono do evento, mas o show em praça pública e a distribuição de 2 mil livros nas escolas municipais serão cancelados. O cachê simbólico de R$ 1 mil, pago a todos os patronos, também foi recusado pelo rapper carioca. O município irá arcar apenas os custos com passagens, alimentação e hospedagem.
Tão logo desembarcou na serra gaúcha, o músico teve uma conversa com o prefeito Roberto Lunelli (PT) . Segundo ele, a decisão já estava tomada e a reunião não influenciou em nada. “Eu fiquei pensando como me sentiria melhor e resolvi tomar esta decisão. Vou honrar o compromisso de ser o patrono da Feira do Livro de Bento Gonçalves, mas o show e a distribuição dos livros estão cancelados”, afirmou Gabriel O Pensador.

Em entrevista ao G1 antes do anúncio da decisão, o músico disse que estava “de saco cheio” com a repercussão da polêmica. Explicou que o cachê de R$ 170 mil não seria apenas por sua participação no evento, mas também abrangeria a distribuição de livros de sua autoria nas escolas municipais e um show com entrada franca no encerramento do evento. “Não fiz nada de errado. O cachê para o meu show é este, mas, pela proporção que tomou na mídia, me senti melhor tomando esta atitude para continuar sendo bem recebido pelas pessoas aqui no Rio Grande do Sul”, explicou.

O artista tem três livros publicados. A prefeitura de Bento Gonçalves pretendia adquirir 2 mil unidades das duas primeiras obras lançados por Gabriel o Pensador – Diário Noturno e Um Garoto Chamado Rorbeto – para distribuir nas escolas municipais. O artista esmiuçou como seria pago o cachê de R$ 170 mil. “Cada livro custa R$ 35. O total só em livros chega a R$ 70 mil, se contarmos os impostos. Outra parte do cachê seria por um show, que seria em praça pública, no encerramento do evento. O cachê é de R$ 60 mil, mais os custos de passagens para a banda, hospedagens e impostos. Faço trabalhos para prefeituras a vida inteira. Vejo isto como um incentivo à educação e tenho orgulho do que faço”, afirmou.


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