Os Waltons |
CRÍTICA: O gênero 'saga familiar' continua vivo e bem-disposto
Quando propôs “Os Waltons” a diversas redes de televisão dos EUA, seu produtor, Lee Rich, ouviu várias negativas e sempre a mesma sugestão: convença Henry Fonda a estrelar a série, só assim ela dará certo.
O ator, ao ler o projeto, recusou argumentando:
- “A estrela é a família, para que vocês precisam de mim?”. Assim, sem Fonda, “Os Waltons” foi um sucesso de 1971 a 1981 e ganhou 29 prêmios Emmy.
A história está no obituário de Rich, publicado no “New York Times” semana passada.
A série — sobre uma família que vivia numa área rural da Virgínia com sete filhos, sem folga financeira — fez sucesso também no Brasil. Todos os episódios acabavam com um plano noturno da casa, as luzes sendo apagadas e a frase “Boa noite, John Boy”.
Interessante é que no currículo de Rich consta também “Dallas”, um êxito de 13 temporadas. Ambientada no Texas e estrelada por um vilão, “J.R.”, o programa (no ar no Viva) também fazia o retrato de uma família, só que rica e com problemas morais.
Rich era do ramo da publicidade e, em 1999, num depoimento para o Arquivo Americano de Televisão, disse que “simplesmente sabia” quando um produto daria certo na TV.
“Os Waltons” e “Dallas” tinham em comum serem retratos de famílias americanas. Só isso já garantia a ligação com o público. “Brothers & sisters” seguiu esse modelão.
Como notou Fonda lá atrás, uma família forte pode prescindir de um patriarca para puxar o enredo. E, como intuiu Rich, o público gosta do gênero “saga familiar”. Ele continua vivo e bem-disposto, tanto é que “Dallas” ganhou um remake.
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