Carlinhos Cachoeira vira líder dos presos na Penitenciária da Papuda
Preso há mais de 200 dias na Penitenciária da Papuda, em Brasília, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, importou para dentro da prisão a experiência e liderança que usou para comandar um esquema que movimentou R$ 84 bilhões nos últimos dez anos e envolveu uma rede de parceiros, segundo a CPI do Cachoeira.
Apontado como chefe da máfia dos caça-níqueis pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público (MP), Cachoeira tornou-se líder informal dos detentos do presídio: centraliza queixas contra a direção e os agentes, reclama direitos humanos e faz as vezes de assistente social de presos e de seus familiares. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a ascensão do bicheiro na cadeia alertou o sistema de inteligência da Secretaria de Segurança do DF, que o colocou em isolamento.
Cachoeira ocupa hoje sozinho uma cela. Antes do preso famoso, o local era ocupado por um detento com problemas mentais, que acabou por deixar um rastro de sujeira e odor forte. Passa quase todo o tempo sem camisa, com o corpo 16 kg mais magro à mostra. Na Papuda, o empresário ainda resiste a algumas "regras", como abaixar a cabeça para agentes e autoridades.
O empresário se recusa, também, a comer a quentinha da Papuda. Alimenta-se de produtos congelados vendidos na unidade penitenciária ou trazidos por familiares. Recebe quinzenalmente a visita da mulher Andressa Mendonça, atribuindo a ela o papel de "primeira-dama dos presos".
Cabe a Andressa, a musa da CPI, atender aos pedidos dos detentos e seus familiares que vão de cestas básicas a orientações jurídicas. O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, afirma que o empresário não tem qualquer liderança na cadeia. "É uma pessoa muito preocupada com os outros e ele nem teria como prestar qualquer assistência," disse.
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