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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O futuro do Código Penal


Editorial no Diário Popular  

Pesquisa realizada pelo DataSenado no mês de setembro com 1.233 moradores de 119 municípios brasileiros, incluindo as capitais, revelou um país ainda com tabus a serem quebrados e exigente para punições a alguns tipos de crimes. Questionados sobre temas em debate na reforma do Código Penal, o público mostrou-se pouco liberal e, ao mesmo tempo, rígido para assuntos polêmicos, como drogas, homofobia e aborto.

Atualmente o PLS 236/2012, que trata das mudanças do Código Penal, encontra-se sob análise em uma comissão especial. A proposta foi elaborada por um grupo de juristas e repassada ao Senado, que convocou especialistas a novos debates. A maioria das pessoas (36%) ouvidas durante a pesquisa defende o aumento de 30 para 50 anos o tempo máximo de prisão. Ao mesmo tempo, quer a diminuição da idade a partir da qual um indivíduo pode ser imputado criminalmente. Também a redução de pena aos que trabalharem na prisão é aprovada por 70% dos entrevistados. Já a redução penal por bom comportamento do condenado não obteve consenso - 55% apoiam a ideia e 41% a rejeitam.

Para 35% dos brasileiros ouvidos, a maioridade penal deve ser reduzida para 16 anos, no caso dos adolescentes e jovens, e para 20% ela deveria cair para qualquer idade. Dos favoráveis à maioridade a partir dos 14 anos o percentual chega a 18%. Já 16% acreditam que uma criança de 12 anos pode receber a mesma condenação de um adulto. De acordo com a divulgação feita pela Senado, as mulheres foram maioria na defesa dos menores limites de idade à sanção penal.

As matérias que mais levaram ao posicionamento dos entrevistados foram em relação às drogas, ao aborto e à ortotanásia. A grande maioria (89%) é contra a liberação do uso de drogas, que aparece como inovação no projeto em análise. O mesmo caminho é seguido na questão do aborto. Para 84%, deve ser mantida a proibição em casos de gravidez indesejada. Porém, em casos de estupro e risco de vida à mulher, 78% e 74%, respectivamente, são favoráveis ao uso do procedimento. Aprovam ainda o aborto nos casos de anencefalia (64%).

Há uma divisão de posicionamento na referência à ortotanásia, quando se limita ou se suspende tratamento que prolongue a vida de um paciente em estado terminal ou em coma, com autorização prévia do doente. Dos pesquisados, 49% apoiam a ortotanásia e 48% são contra.

Nos quesitos preconceito e discriminação, as pessoas acham que devem ser criminalizados atos contra estrangeiros, contra quem vem de outras regiões do país ou contra os homossexuais. A pesquisa colheu informações ainda sobre comportamentos não tipificados, quando a lei é omissa ou vaga: 84% defendem que o abandono de animais deve ser considerado ilegal; 70% aprovam a punição a cambistas e 94% a quem acessa informações sigilosas na internet.


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