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sábado, 19 de janeiro de 2013

MINISTÉRIO DA SAÚDE : CARTILHA PARA CONTROLAR MÉDICOS


Ministério distribuirá cartilhas para controlar comparecimento de médicos

Documento será entregue a estados e municípios
Medida foi anunciada duas semanas após a morte da menina Adrielly dos Santos Vieira, que esperou oito horas por cirurgia

Vera Araújo (Email · Facebook · Twitter)
André de Souza (Email · Facebook · Twitter)

O Ministério da Saúde editou um protocolo para ajudar as secretarias estaduais e municipais a controlar o comparecimento dos médicos ao trabalho. O documento contém recomendações sobre o que fazer em diversas situações, desde os casos em que o médico falta ao serviço sem avisar até as ações que o hospital deve tomar para substituir um profissional que justificou sua ausência ou até mesmo encaminhar o caso para o Ministério Público.

A medida foi anunciada duas semanas após a morte da menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos. Ela foi atingida por uma bala perdida na véspera de Natal no Rio de Janeiro e foi levada ao Hospital Municipal Salgado Filho. Lá, ela levou cerca de oito horas para ser atendida porque o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves faltou ao plantão. Em 30 de dezembro ela teve morte cerebral e, cinco dias depois, faleceu.

Médicos depuseram na quinta-feira
Na quinta-feira, o neurocirurgião Francisco Doutel Andrade admitiu, em depoimento na Delegacia Fazendária (Delfaz), que fazia os plantões do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, no Hospital Salgado Filho. Para a delegada Izabela Rodrigues Santoni, que investiga a suspeita de crime contra a administração pública, Doutel afirmou que, durante dois anos, recebera o salário integral — em torno de R$ 4,5 mil — de Adão Gonçalves para substituí-lo. Tal prática era comum até setembro, quando o neurocirurgião Carlos Augusto Borges, que dividiu o plantão com Adão, se aposentou pelo município.

A Delfaz descobriu um esquema fraudulento no Salgado Filho, no qual o neurocirurgião Adão Gonçalves não comparecia ao serviço e mandava um substituto em seu lugar. Izabela Santoni ouviu ontem Doutel e Borges. Adão, que já foi indiciado por omissão de socorro por faltar o plantão de Natal, quando a menina Adrielly Santos, de 10 anos, teve que esperar oito horas por atendimento no hospital, não compareceu à delegacia. Tampouco o chefe de equipe Ênio Lopes, que também era esperado. Vários médicos contaram em depoimento que nunca viram Adão Gonçalves no Hospital Salgado Filho.

As orientações do Ministério da Saúde foram dispostas num organograma, que apresenta o passo a passo do que deve ser feito. O organograma também traz orientações sobre o que fazer caso o médico trabalhe em um hospital administrado por organização social (OS), organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) ou entidades filantrópicas.

— Esse protocolo vai orientar os secretários municipais e estaduais na melhor forma de apurar as eventuais ausências injustificadas dos profissionais — afirmou o diretor do Departamento Nacional de Auditorias (Denasus) do Ministério da Saúde, Adalberto Fulgêncio.

Apesar da iniciativa, o ministério diz que não dispõe de dados sobre médicos que faltam ao serviço no Brasil.


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