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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sarney tenta mudar repasses da União aos municípios


Sarney tenta mudar repasses da União aos municípios antes de se aposentar

Reforma do pacto federativo pode ser último ato político do senador, atendendo demanda do PMDB para evitar a perda de recursos em cidades administradas pelo partido


Recém-saído da presidência do Senado, José Sarney (PMDB-AP) pretende fazer da defesa de um novo pacto federativo a sua última cartada política antes de se aposentar. O senador já admite para colegas de partidos que pode deixar a carreira política para pleitear a presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL), na qual ocupa a cadeira 38 desde 1980. Mas antes de abandonar o palco, Sarney criará uma comissão no Congresso para discutir com o Palácio do Planalto a reforma no modelo de repasses de recursos feito pela União aos Estados e municípios. “Conversei com o presidente Sarney e me parece que ele vai dirigir uma comissão sobre o pacto”, afirma o novo líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

O tema ganha projeção dentro do PMDB, que está preocupado com a perda de recursos para cidades administradas pelo partido. A falta de recursos é vista por peemedebistas como um sangramento que têm feito o partido perder prefeituras nas eleições. Em reunião da bancada realizada nesta terça-feira (5), o PMDB defendeu a criação de uma proposta do partido para contemplar pleito de seus prefeitos em um novo pacto federativo.

Sarney já está municiado por um relatório com nove anteprojetos de lei e duas sugestões de projetos, elaborado por 14 especialistas tributários e jurídicos. A lista de sugestões contempla temas como guerra fiscal, endividamento de estados e municípios com a União e um novo modelo para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), proposta que é alvo de impasse entre os congressistas e o governo.

O ex-presidente da República quer, agora, pavimentar o caminho do acordo para deixá-lo como marca na história política do País. Para isso, Sarney deve chamar as lideranças para discutir o pacto federativo. A redistribuição de impostos arrecadados pelo governo federal – cerca de 60% de toda a carga tributária – está entre as demandas a serem negociadas.



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