Folha de S. Paulo
Por meio de uma nota em seu site, a Telexfree informou nesta sexta-feira (16) que irá encerrar todas as suas atividades por tempo indeterminado.
Acusada de promover um esquema de pirâmide financeira, a empresa teve milhões de dólares e bens congelados em abril pela Justiça dos Estados Unidos, que entrou com uma ação contra a Telexfree.
Segundo a SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA), autora da ação na Corte Distrital de Massachusetts, a companhia operava por meio de "oferta fraudulenta e não registrada de títulos", que tem como principais alvos brasileiros e dominicanos que vivem nos Estados Unidos.
Na nota, a Telexfree diz que teve de encerrar suas atividades pois a operação da empresa ficou inviável após a intervenção da Justiça.
"Nós continuamos a acreditar no VoIP da Telexfree e no modelo de vendas diretas. Na situação em que nos encontramos, entretanto, não sabemos quando ou se vamos ser capazes de convencer a Corte de Recuperações e outros órgãos legais do valor do nosso serviço de VoIP e do potencial de novos produtos."
A empresa destaca, ainda, ter entrado com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos no dia 13 de abril.
"Já que não estamos atualmente em condições de apoiar nossa rede, é possível que os clientes enfrentem interrupção ou descontinuação do serviço. Associados independentes e promotores não devem representar a Telexfree de agora em diante sem aprovação de um novo plano de compensação pela Corte de Falência."
INVESTIGAÇÃO
Desde o início de 2013, a Telexfree estava sendo investigada pelo Departamento de Defesa do Consumidor, que recebeu denúncias de diversos Procons do país e do Ministério Público do Acre.
Em junho passado, o órgão instaurou processo administrativo contra a companhia, que poderia ser multada em até R$ 6 milhões caso a fraude fosse comprovada.
Um mês depois, a Polícia Federal anunciou que também investigaria a empresa Ympactus Comercial Ltda., nome de fantasia da TelexFree. A determinação para abertura do inquérito foi dada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Com a entrada da PF no caso, há uma investigação criminal.
A EMPRESA
A Telexfree tem sede no Espírito Santo, mas atua pela internet. A empresa apresenta-se em seu site como fornecedora de serviços de voz e faz propaganda de enriquecimento fácil a quem se torna "divulgador" de seus serviços.
O trabalho oferecido pela companhia consiste em espalhar anúncios pela internet. Para participar, contudo, o colaborador tem de pagar uma taxa de adesão e comprar um "kit" que o habilita à função.
Ela ainda oferece ainda o pagamento de comissão a quem trouxer mais membros.
A Telexfree está proibida, no entanto, de aceitar novos colaboradores desde junho por determinação da Justiça de Rio Branco (AC).